Sucessão nos negócios deve ser iniciada após ciclo de sucesso

O auge é considerado um importante marco para dar início ao processo

Primeira capacitação da Escola de Negócios da Fiesc trata sobre o tema

Vários aspectos influenciam o processo de continuidade numa empresa, entre eles estão o desejo de manter o negócio familiar, profissionalização dos gestores e análise do cenário. E o momento certo de iniciar esse processo é no auge dos negócios, de acordo com especialistas trazidos pela Fiesc para conduzir formação voltada ao tema sucessão. A iniciativa, que ocorre presencialmente em Florianópolis, é a primeira capacitação da Escola de Negócios em 2022. A formação segue até esta terça-feira (8) e conta com a participação de 34 executivos.

Segundo José Monforte, um dos fundadores do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e professor do curso, deve-se levar em conta o sonho dos familiares. “Qual a disposição compartilhada dos familiares de levar o negócio adiante? O que eu chamo de sonho é a cola dessa família. Aliás, esse exercício deve ser desenvolvido junto com o sucedido”, alerta. Análises situacionais a respeito da empresa, das pessoas, de demandas e caminhos para essa sucessão são etapas a seguir.

A sucessão é uma jornada a ser percorrida e o momento de começar isso é o quanto antes, lembra Silvia Lacaze, especialista em governança corporativa que conduz a formação ao lado de Monforte. “O quanto antes a gente puder começar o processo de reflexão, que vá ordenando sonhos e desejos e o que se espera disso, melhor. Eu diria que, passado o ciclo de sucesso de uma organização, que é esse o grande marco, é hora de se começar a pensar e organizar processos e estruturas para que no momento certo, de transição do poder, isso possa ser realizado com muita tranquilidade”, explica.

O diretor de educação e tecnologia da Fiesc, Fabrizio Machado Pereira, afirma que a sucessão é um dos maiores desafios relatados por indústrias. “Em Santa Catarina, empresas familiares são muito comuns, por isso, o tema tem relevância inclusive reconhecida pela própria indústria que precisa de suporte para conduzir esse processo de forma profissional”, destaca Pereira. ucio Aquino, gerente-executivo da Escola de Negócios, fala ainda que a iniciativa visa criar uma ‘comunidade de aprendizagem’. “Não temos apenas especialistas, mas também a experiência de cada participante”, lembra.

Sucessão na prática
A Librelato, de Criciúma, é uma das empresas participantes da formação. Aloir Librelato, presidente do conselho de administração e um dos cinco sócios da companhia, conta que o negócio hoje é conduzido pela terceira geração da família. “Já estamos na terceira geração e entendo que nós, sócios mais antigos, já vencemos este desafio. Trouxe meus três filhos e um sobrinho para esta formação. Temos um conselho de administração já profissionalizado e estamos montando agora o conselho de família”, conta.

Na Eliane Revestimentos, o plano de continuidade já foi concluído e contou com o apoio de diversos profissionais, como conta a presidente da holding, Patrice Gaidzinski. “A sucessão, como um todo, passa por três aspectos: primeiro é compreender que é uma família empresária; segundo é entender quais são as competências de cada um, em que a família é boa e como cada membro pode colaborar na gestão; e o terceiro aspecto é a estruturação em si”, detalha. Patrice frisa ainda que é preciso compreender que é um processo, montar estruturas de governança, de estratégia, para que se possa ter um processo de sucessão com êxito. “Foi para esses aspectos que a Eliane olhou e trabalhou para que o negócio continuasse crescendo e se desenvolvendo”, conclui.

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O auge é considerado um importante marco para dar início ao processo

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