Inflação acelera para 1,25% em outubro

É o maior índice para o mês desde 2002

A gasolina já acumula alta de 38,29% no ano

A inflação acelerou para 1,25% em outubro, a maior para o mês desde 2002, quando o índice foi de 1,31%. Com isso, o indicador acumula altas de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses, acima do registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (10,25%). Em outubro do ano passado, a variação mensal foi de 0,86%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo IBGE.

Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados subiram em outubro, com destaque para os transportes (2,62%), principalmente, por conta dos combustíveis (3,21%). A gasolina subiu 3,1%. Foi a sexta alta consecutiva nos preços desse combustível, que acumula 38,29% de variação no ano e 42,72% nos últimos 12 meses.

“Transportes tiveram a maior variação e o maior impacto de longe no índice do mês, afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov. “A alta da gasolina está relacionada aos reajustes sucessivos que têm sido aplicados no preço do combustível, nas refinarias, pela Petrobras. Além gasolina, houve aumento também nos preços do óleo diesel (5,77%), do etanol (3,54%) e do gás veicular (0,84%)”. Também aceleraram os preços das passagens aéreas (33,86%).

“A depreciação cambial e a alta dos preços dos combustíveis, em particular do querosene de aviação, têm contribuído com o aumento das passagens aéreas. A melhora do cenário da pandemia, com o avanço da vacinação, levou a um aumento no fluxo de circulação de pessoas e no tráfego de passageiros nos aeroportos. Como a oferta ainda não se ajustou à demanda, isso também pode estar contribuindo com a alta dos preços”, explica Kislanov.

Outro destaque foi a aceleração dos preços do transporte por aplicativo (19,85%), que já haviam subido 9,18% em setembro. Os automóveis novos (1,77%) e usados (1,13%) também seguem em alta e acumulam, em 12 meses, variações de 12,77% e 14,71%, respectivamente.

Os preços também avançaram no grupo dos alimentos e bebidas (1,17%), segunda maior contribuição no IPCA, puxado pelas altas no tomate (26,01%) e na batata-inglesa (16,01%), que fizeram acelerar a alimentação no domicílio (1,32%). “Esse aumento no tomate e na batata decorre da redução da oferta devido ao frio e às chuvas”, observa Kislanov. A alimentação fora do domicílio passou de 0,59% em setembro para 0,78% em outubro, principalmente por conta do lanche (1,31%), que havia apresentado variação negativa no mês anterior (-0,35%).

No grupo habitação (1,04%), mais uma vez, a alta foi influenciada pela energia elétrica (1,16%), embora esse item tenha desacelerado em relação a setembro (6,47%). “Em outubro, foi mantida a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve ainda reajustes tarifários em regiões com peso significativo no IPCA, como Goiânia, São Paulo e em Brasília”, acrescenta o gerente do índice. O gás de botijão (3,67%) também subiu pelo 17º mês consecutivo em outubro, acumulando alta de 44,77% desde junho de 2020.

Nos outros grupos do IPCA, destacam-se também o vestuário (1,8%), que teve a segunda maior variação do índice no mês, com altas em todos os itens pesquisados. Todas as áreas pesquisadas tiveram alta nos preços em outubro. As maiores variações ficaram com a região metropolitana de Vitória e no município de Goiânia, ambos com 1,53%. Em Vitória, o resultado foi influenciado pela taxa de água e esgoto (11,33%) e a energia elétrica (3,35%). Já em Goiânia, além da energia elétrica (5,34%), pesou a gasolina (4,24%). A menor variação ocorreu na região metropolitana de Belém (0,64%).

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É o maior índice para o mês desde 2002

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