No trimestre, a retração foi de 7,6% sobre o mesmo período de 2021
De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), os emplacamentos de veículos, impulsionados pelo segmento de duas rodas e pesados, cresceram 23,2% sobre fevereiro e 1,4% sobre março de 2021 (veja os dados na tabela ao final desta reportagem). Já no acumulado do primeiro trimestre, houve queda de 7,6% sobre o mesmo período do ano passado. Para José Maurício Andreta Jr., presidente da entidade, o desempenho no trimestre é reflexo de um conjunto de fatores, nacionais e globais. “A variante Ômicron afetou a produção de diversos componentes industriais e a venda de veículos, no início do ano. Em seguida, houve o conflito entre Rússia e Ucrânia, que deixou muitos consumidores preocupados, especialmente, com os preços dos combustíveis”, afirma.
Segundo estudo realizado pela assessoria econômica da Fenabrave, o preço do petróleo subiu 34,8% no mercado internacional, enquanto o real valorizou 16%. Isso implica em um aumento de 13% no valor repassado às distribuidoras. A variação percentual da gasolina, no ano, foi de 24,7%, no preço da Petrobras para as distribuidoras. “Essa elevação impacta na decisão de compra dos consumidores de veículos e reflete no desempenho do setor”, esclarece Andreta Jr.
As boas notícias ficam por conta da recente redução do IPI e a criação do Renovar, programa de aumento da produtividade da frota rodoviária no país, estabelecido pela Medida Provisória 1.112, de 31 de março. “A desoneração do IPI era necessária e foi muito bem-vinda ao setor. Já o Renovar é um programa que levará mais segurança às vias brasileiras, pois tem como meta tirar de circulação veículos em fim de vida útil, ou seja, aqueles com mais de 30 anos que, hoje, representam 26% da frota total de caminhões no Brasil”, explica Andreta Jr.
No trimestre, a retração foi de 7,6% sobre o mesmo período de 2021