Intenção de consumo das famílias tem o melhor junho desde o início da pandemia

Medidas de suporte à renda e evolução positiva do mercado de trabalho motivaram avanço

As constantes elevações dos juros desaceleraram o avanço no indicador de acesso ao crédito

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) superou, em junho, os resultados apresentados no mesmo mês de 2020 e 2021, durante o auge da pandemia de Covid-19. Segundo a pesquisa apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o indicador apresentou crescimento em todos os meses de 2022, alcançando 80,2 pontos neste mês, acumulando um avanço de 10,1% no primeiro semestre do ano. Apesar da melhora geral do indicador, os homens revelaram maior intenção de consumo do que as mulheres, com uma diferença de 6,4 pontos.

De acordo com a análise da CNC, o aumento pode ser atribuído às medidas de suporte à renda e a uma avaliação mais positiva do mercado de trabalho. Na comparação anual, destaque para o crescimento de 13,3 pontos na intenção de consumo das famílias com ganhos de até 10 salários mínimos, que atingiu 77,3 pontos, em junho, fazendo com que elas se aproximassem mais da parcela de famílias com ganhos acima de 10 salários mínimos, que alcançou 94,3 pontos. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, observa que esse movimento confirma o impacto positivo das ações de auxílio do governo. “As escolhas de consumo nas classes com rendas mais baixas são mais influenciadas pelas flutuações econômicas, por conta de o orçamento familiar ser mais apertado”, exemplifica.

O indicador de emprego atual foi o único no qual as famílias se mostraram satisfeitas, com 107,4 pontos e com o grau de segurança no emprego mais alto desde abril de 2020. Já as constantes elevações dos juros desaceleraram o avanço no indicador de acesso ao crédito, que continua positivo, mas com queda de 2,7% no acumulado do ano.

Ao analisar o impacto da redução do desemprego nas intenções de consumo, pode-se perceber que os consumidores com menor grau de instrução, que não concluíram o segundo grau, estão mais confiantes. Segundo a economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro, o nível de consumo atual nesse grupo registrou o maior avanço anual, de 26% (57,3 pontos), enquanto na parcela que concluiu o segundo grau o crescimento foi de 14,3% (65,1 pontos). “Grande parte das vagas de trabalho abertas nos últimos meses foi para profissões de menor qualificação”, detalha.

De acordo com a análise da economista, as perspectivas mais positivas para o emprego, principalmente dos consumidores com menos de 35 anos (110,8 pontos), incentivaram o otimismo, levando o percentual de famílias que pretendem aumentar o consumo a avançar para 25,6%, após quatro quedas. O índice que mede a perspectiva de consumo, que avalia a intenção de compras no próximo trimestre, apresentou a maior alta do semestre (19,7%).

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