IBGE nota freio na produção industrial

Mais da metade dos estados tiveram taxas negativas em comparação com fevereiro do ano passado

Paraná e Santa Catarina tiveram desempenhos positivos na indústria

A produção industrial registrou alta em 11 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) em fevereiro, quando o índice nacional apresentou avanço de 0,7%, após recuo de 2,2% em janeiro devido, principalmente, a férias coletivas, muito comuns para esse período do ano. Os principais destaques em fevereiro foram Pará (23,9%) e Pernambuco (10,2%). Amazonas (7,8%), Minas Gerais (7,3%), Ceará (6,0%), Região Nordeste (5,1%), Bahia (3,4%), Goiás (1,4%), Paraná (1,3%), Santa Catarina (1,1%) e São Paulo (1,1%) completaram o conjunto de locais com índices positivos no mês. Já Mato Grosso, com queda de 4,4%, teve o recuo mais intenso.

“Em termos de influência, o Pará é a maior com crescimento de 23,9%, baseado principalmente no desempenho positivo do setor extrativo. Trata-se de um movimento compensatório em relação ao mês anterior, uma vez que em janeiro houve grande volume de chuvas que impactou a produção e o escoamento do minério de ferro. Esse crescimento do Pará é o mais intenso desde abril de 2019, quando chegou a 54,8% de alta. O estado vem de dois meses de resultados negativos com uma perda acumulada de 17,6%, agora eliminada com o crescimento de fevereiro”, analisa Bernardo Almeida, analista da pesquisa.

Pernambuco apresenta a segunda maior alta (10,2%) em termos absolutos, mas a quinta maior influência. A alta se deve ao setor de alimentos, em especial o açúcar, e ao setor de outros equipamentos de transporte com aumento da produção de embarcações e peças para motocicletas. O estado também vem de dois meses negativos com perda de 7,6%. “A segunda maior influência vem de Minas Gerais com alta de 7,3%, a maior desde julho de 2020, quando atingiu 8,6%. O avanço também é decorrente do aumento da produção de minério, após redução em janeiro devido às chuvas, assim como no Pará. Outro fator que influencia positivamente o crescimento mineiro é o aumento da produção do setor de metalurgia”, diz o analista.

A terceira maior influência é de São Paulo com crescimento de 1,1%, após queda de 2,5% em janeiro. O crescimento de São Paulo se baseia no desempenho dos setores de veículos e o de outros equipamentos de transportes. A quarta maior influência vem do Amazonas, devido aos setores de bebidas e informática. “São Paulo responde por aproximados 34% do parque industrial nacional, mas está 2,3% aquém do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 24,2% abaixo do patamar mais alto, atingido em março de 2011”, destaca Almeida.

No campo negativo, na passagem de janeiro para fevereiro, Mato Grosso lidera como principal influência negativa sobre o resultado nacional, com queda de 4,4%, após quatro meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou expansão de 32,8%. A queda vem do setor de alimentos, o mesmo que nos meses anteriores vinha trazendo crescimento com o fim do embargo da China à importação de carnes brasileiras. “Em fevereiro, vemos apenas uma redução na produção para adequação estratégica entre oferta e demanda”, observa Almeida. No acumulado do ano, houve queda em nove dos 15 locais, com destaque para Ceará (-20,1%) e Pará (-14,5%). “Ainda é cedo para analisarmos o resto do ano, mas podemos observar uma desaceleração da produção. Vale destacar que, no início de 2021, ainda tínhamos um caráter compensatório e a base de comparação era mais baixa que o período atual”, diz o analista da PIM Regional.

Na comparação com fevereiro do ano passado, oito dos 15 locais pesquisados apontaram taxas negativas. Ceará (-14,7%) teve recuo de dois dígitos e o mais intenso. Santa Catarina (-6,6%) e São Paulo (-5,4%) também registraram taxas negativas mais intensas do que a média nacional (-4,3), enquanto Rio Grande do Sul (-3,3%), Região Nordeste (-2,6%), Pernambuco (-1,5%), Pará (-1,4%) e Paraná (-0,9%) completaram o conjunto de locais com índices negativos.

Mais sobre a pesquisa
A Pesquisa Industrial Mensal Produção Física –Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.

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Mais da metade dos estados tiveram taxas negativas em comparação com fevereiro do ano passado

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