Como as consequências às medidas de estímulo ao enfrentamento dos efeitos da pandemia podem influenciar em aplicações de renda variável
O cenário para investimentos abre muitas oportunidades após mais de dois anos em que a política econômica global era focada no combate à Covid-19, em que ao menor sinal de piora novas medidas de estímulo à demanda eram tomadas. Hoje, o risco passa a ser o combate aos efeitos colaterais dessas medidas de estímulo.
Para 2022, a pandemia, que já parece um risco menor, abre espaço para justamente minimizar as consequências das medidas anti-Covid: reestabelecer o equilíbrio nas cadeias de produção e controlar o aumento da inflação reforçada pelos impactos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. A principal mudança é na postura dos Bancos Centrais, endurecendo o discurso e subindo juros, inclusive os do Brasil.
Por conta também do aumento da taxa de juros, os economistas da XP Investimentos – corretora da qual a Safe Investimentos é credenciada desde 2009 – esperam que em 2022 a inflação (IPCA) recue para 7,5%. Porém, as expectativas do mercado vêm subindo constantemente e esse número passa a ser cada vez mais difícil de se concretizar. Estamos observando um Banco Central bastante ativo em combater à inflação e subindo fortemente a taxa de juros, que atualmente está em 12,75%.
Se compararmos com a inflação que está 11,3% (acumulada 12 meses), temos um ganho real de menos de 0,5% ao ano. Ainda assim, possibilidades no mundo da renda fixa para um perfil conservador estão mais atraentes na atualidade do que estavam há alguns anos.
Ainda diante dessas oportunidades, ao montar uma carteira de investimentos para clientes com perfil de risco adequado, pode ser viável alocar uma parte destes valores em renda variável com horizonte de longo prazo. Isso porque estamos em um momento em que muitas companhias estão desvalorizadas pelo mercado em função da ressaca pós-pandemia e de incertezas quanto aos rumos da guerra na Ucrânia e desaquecimento da China.
A inflação no Brasil e também nos países desenvolvidos, com especial atenção aos Estados Unidos, além de uma corrida eleitoral muito polarizada este ano no país, são pontos essenciais para se pensar em uma carteira. E apesar dos riscos aparentes, é com uma estratégia de diversificação de ativos e análise dos números das empresas que é possível buscar oportunidades que possam ter uma performance superior ao mercado.
Entre as muitas empresas da região Sul que são listadas na bolsa de valores brasileira, a área de análise da XP destaca a Companhia Paranaense de Energia (Copel). Por ser do setor elétrico, é menos volátil, mais resiliente às flutuações de mercado e com bastante previsibilidade de faturamento e resultados. Segundo os analistas, ela negocia descontada em relação aos pares devido a ineficiências do passado proporcionando oportunidade de investimento.
Também aparece entre as apostas da XP a Grendene, fabricante de calçados do Rio Grande do Sul. Nela, destaca-se a resiliência histórica das vendas e das margens da companhia, que costumam permanecer saudáveis mesmo em momentos desafiadores do ponto de vista macroeconômico. E ao falar das empresas de Santa Catarina, salta aos olhos o desempenho da multinacional Weg ao longo dos últimos anos. Sua exposição à eletrificação e ao setor de energias renováveis colocam-na posicionada para ser um player líder na mudança para uma economia de baixo carbono, de acordo com os analistas da XP.
*Head Comercial da Safe Investimentos – Unidade Chapecó. **Especialista em Renda Variável da Safe Investimentos – Unidade Caxias do Sul. Credenciada desde 2009 à XP Investimentos, a Safe tem matriz em Caxias do Sul e escritórios em Porto Alegre, Santa Cruz do Sul e Chapecó.
Como as consequências às medidas de estímulo ao enfrentamento dos efeitos da pandemia podem influenciar em aplicações de renda variável