Copom reduz a taxa Selic para 10,5% ao ano

Colegiado ficou dividido entre um corte maior ou menor

O Banco Central avalia que as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu reduzir a taxa básica de juros para 10,5% ao ano. O corte de 0,25% não foi uma unanimidade. Foram cinco votos a quatro a favor da redução menor, sendo que Gabriel Galípolo e o presidente Roberto de Oliveira Campos Neto ficaram em campos opostos. Campos Neto optou pela redução de 0,25%. O mercado já esperava essa divisão, conforme antecipou o Portal AMANHÃ na terça-feira (7). “Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado maior dinamismo do que o esperado. A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, relatam os membros do colegiado.

“O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, destaca o Copom. O grupo ainda entende que as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária.

“O comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária (…) e reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, reitera o grupo. “O comitê, unanimemente, avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela. Ressalta, ademais, que a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O comitê também reforça, com especial ênfase, que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, contextualiza o informe publicado depois da reunião.

Colegiado ficou dividido entre um corte maior ou menor

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