Vendas no varejo variam 0,1% em abril

Índice foi puxado pelo setor de supermercados

As vendas relacionadas à Páscoa impactaram a alta do setor de supermercados em abril

As vendas no comércio varejista no país variaram 0,1% na passagem de março para abril. É o quarto mês seguido sem variações negativas e, com isso, no ano, há uma alta acumulada de 1,9%. Já o acumulado em 12 meses foi de 0,9%. No segundo bimestre do ano, o varejo registrou crescimento de 1,9%, quarta taxa positiva seguida. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. Das oito atividades analisadas pela pesquisa, apenas três tiveram resultados positivos em abril: hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,2%); livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%). O setor de hiper e supermercados, o de maior peso entre as atividades, teve a maior influência positiva no mês. Foi o maior crescimento do setor desde março de 2020 (10,5%).

De acordo com o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, o resultado dessa atividade é ligado principalmente às vendas da Páscoa. “Antes da pandemia, os resultados das vendas da Páscoa no varejo apareciam sobretudo em abril. Nos anos subsequentes, os ovos começaram a ser vendidos muito antes, em janeiro, e essas vendas eram diluídas ao longo desses meses. Neste ano, houve uma volta ao padrão de antes, e o resultado forte das vendas da Páscoa puxou o setor de hiper e supermercados”, explica. Entre as cinco atividades que ficaram no campo negativo em abril, destacaram-se os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) e tecidos, vestuário e calçados (-3,7%). “Elas foram mais responsáveis por puxar o indicador para baixo, mas por razões distintas. A atividade de tecidos, vestuário e calçados tem uma trajetória de queda há muito tempo. Se olharmos todos os indicadores desse setor, desde setembro, em geral, o cenário é muito negativo, com exceção de janeiro (27,3%), quando grandes redes fizeram promoções, após as vendas fracas no Natal e na Black Friday. Esse crescimento de grande amplitude aconteceu em uma base de comparação baixa”, detalha.

O pesquisador associa a trajetória da atividade a uma mudança de comportamento ocorrida durante a pandemia. “Com o menor deslocamento das pessoas, houve menos necessidade de consumir produtos dessa natureza, como roupas e calçados. Essa mudança no consumo impactou as grandes redes, que têm fechado lojas nesse período em todo o país”, conta. Com os resultados negativos seguidos, o setor de tecidos, vestuário e calçados é um dos que ainda não recuperaram o patamar pré-pandemia, ficando 22,1% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020. Já o segmento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%) vem de uma alta de 6,3% no mês anterior e de uma queda de 9,7% em fevereiro. “A trajetória dessa atividade é relacionada às variações do dólar, com as quedas e as altas que se alternam ao longo dos meses”, recorda Santos. Essa atividade ainda se encontra 17,8% abaixo do patamar pré-pandemia.

Índice foi puxado pelo setor de supermercados

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