Dois deles envolvem a ferrovia, única na região Sul com conexão direta em área alfandegada
Em julho e agosto, a empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) alcançou três marcos de produtividade. O primeiro aconteceu em 28 de julho, quando a TCP registrou cinco encostes (processo de descarga e carregamento de trens) na ferrovia em um mesmo dia. A média do terminal é de quatro encostes diários. No mês seguinte, outros dois recordes foram alcançados, sendo um deles, novamente, no setor ferroviário: em agosto, 9.364 contêineres passaram pela ferrovia. O recorde anterior de movimentação havia acontecido em agosto de 2022 e foi de 8.902 contêineres (crescimento de 5%).
O terceiro marco registrado pelo terminal foi de gate (local de entrada e saída de caminhões). No mês passado, 44.427 contêineres passaram pelos portões da TCP, 1.075 a mais que no último recorde em maio deste ano. O gerente de planejamento de operações, Felipe de França, explica que os aumentos sucessivos de produtividade registrados neste último ano vêm na esteira dos investimentos que o terminal realiza. “Um deles foi a instalação de uma nova balança ferroviária dinâmica, que possibilita a pesagem de vagões ou composições ferroviárias em movimento”, exemplifica.
Outro investimento que a TCP concluiu foi a eletrificação dos RTGs (guindastes de pórtico com pneus de borracha) usados para descarregar os trens. A conversão visa reforçar a confiabilidade e a disponibilidade do equipamento, diminuindo seu a manutenção em 90%. Até o fim deste ano, a TCP deve aplicar R$ 370 milhões em obras de infraestrutura, como na ampliação em 43% do pátio reefer (usado para armazenar contêineres com controle de temperatura) passando de 3.572 tomadas para 5.126 disponíveis, sendo a maior área reefer entre terminais brasileiros. Também foi construída uma subestação de energia própria, para sustentar a expansão energética do terminal, que é considerado o maior corredor de exportação de carne de frango congelada do mundo.
No dia 28 de julho, foram movimentados 808 TEUs (20 pés de comprimento de contêiner) pela ferrovia, sendo que 49,2% do volume que chegou à TCP foi de proteína animal congelada com destino ao Marrocos, Espanha e Inglaterra. A carga também se destaca no cenário macro: entre janeiro e julho de 2023, aproximadamente 62% dos carregamentos que chegaram de trem à TCP foram de carne congelada. Neste período, foram movimentados 116.042 TEUs por meio da ferrovia, 5.180 a mais do que o registrado no ano passado. “O Terminal de Contêineres de Paranaguá é o único do Sul a possuir conexão direta do modal ferroviário com a zona alfandegada, garantindo para seus clientes mais agilidade, segurança e uma redução de até 30% nos custos em relação ao modal rodoviário”, destaca França.
Executado em parceria com a Brado Logística, os ramais ferroviários conectam o terminal até as cidades paranaenses de Cascavel e Cambé, facilitando o escoamento da produção do estado, bem como de exportadores de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraguai. “Somado aos investimentos projetados, esse recorde de cinco encostes nos dá boas amostras para o plano de ampliação de produção previsto para 2024”, afirma Rafael Seijas, gerente executivo de planejamento da Brado.
Dois deles envolvem a ferrovia, única na região Sul com conexão direta em área alfandegada