A Copel foi vencida no certame
A Taesa arrematou o lote 1 do leilão de transmissão por uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 129,9 milhões, com um deságio de 47,7% em relação ao valor máximo. A RAP é a receita a que o empreendedor terá direito pela prestação do serviço de transmissão a partir da entrada em operação comercial das instalações. A Copel disputou o lote com a Taesa, mas foi vencida, pois ofereceu, no máximo, R$ 130,4 milhões. O certame, que durou mais de duas horas e meia, foi realizado na sede da B3, em São Paulo, e foi promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) é um dos maiores grupos privados de transmissão de energia elétrica do Brasil em termos de RAP. A empresa é exclusivamente dedicada à construção, operação e manutenção de ativos de transmissão, com 11.140 quilômetros de linhas em operação e 2.518 quilômetros de linhas em construção, totalizando 13.658 quilômetros de extensão e 97 subestações
O lote 1 é uma interligação Sul-Sudeste com 726 quilômetros de linhas de transmissão que deverão ser instaladas entre São Paulo e Paraná, sendo uma de 500 kV entre Ponta Grossa (PR) e Assis (SP) e outra de Bateias (PR) a Curitiba Leste. Segundo a Aneel, são obras para o sistema elétrico que vão alimentar a Região Metropolitana de Curitiba. O investimento estimado para a construção do empreendimento é de R$ 1,7 bilhão, com prazo de conclusão de instalação de 60 meses.
Ao todo, foram ofertados cinco lotes, em cinco Estados: além do Paraná e São Paulo, Amapá, Bahia e Minas Gerais. O lote 2, na Bahia, foi levado pela Sterlite Brazil. O valor ofertado pela empresa foi de R$ 7 milhões representando um deságio médio de 66% em relação à RAP inicial estabelecida pela Aneel de R$ 20,9 milhões. O lote 3, também na Bahia, foi vencido pela Rialma. A companhia apresentou oferta de R$ 17,1 milhões, representando um deságio de 27,8%.
A Neoenergia levou o Lote 4. A empresa ofereceu uma receita anual permitida de R$ 37,1 milhões, o que resultou em deságio de 58,6% em relação ao preço inicial de R$ 89,7 milhões. O lote recebeu 11 lances válidos e posteriormente teve disputa a viva-voz entre a Cemig Geração e a Neoenergia. Participam da fase viva-voz do leilão as proponentes com lances válidos para o lote em disputa cuja diferença no valor oferecido seja de até 5% em relação ao menor valor proposto na fase de lances.
Fechando o leilão, as linhas de transmissão e a subestação que compõem o lote 5 foram arrematadas pela Energisa Transmissão de Energia. O valor ofertado pela empresa para o lote foi de R$ 11,3 milhões, representando um deságio de 48,6% em relação à RAP inicial estabelecida pela Aneel de R$ 22 milhões.
Os vencedores dos contratos serão responsáveis pela construção, operação e manutenção de um total de 902 quilômetros de linhas de transmissão que serão acrescentadas ao SIN e três subestações de energia. Os investimentos estimados são de cerca de R$ 2,9 bilhões. Esse foi um dos lotes com maior destaque, pois atenderá o Amapá. O projeto consiste em uma nova subestação– chamada Macapá III, que vai se conectar à subestação Macapá – e em uma linha de transmissão de 10 quilômetros, que fará essa ligação.
Além de aumentar a capilaridade do sistema elétrico, a medida dá mais segurança ao sistema em casos de falhas técnicas, como o apagão que ocorreu no Amapá, em novembro de 2020. As linhas de transmissão permitem o envio da energia gerada em determinadas regiões para outras do país. O primeiro leilão foi realizado em junho e resultou no acréscimo de 515 quilômetros de linhas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
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A Copel foi vencida no certame