Mesmo eliminando os efeitos contábeis da hiperinflação na Turquia, o resultado negativo da BRF permanece
Ainda que tenha fechado o primeiro trimestre do ano com uma receita líquida consolidada de R$ 13,2 bilhões, sendo 9,4% superior ao do mesmo período de 2022, a BRF teve um novo prejuízo. A segunda maior empresa da região e também a segunda maior de Santa Catarina, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC, acumulou um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão entre janeiro e março. Mesmo eliminando os efeitos contábeis da hiperinflação na Turquia, cuja economia passou a ser considerada hiperinflacionária, o resultado negativo permanece (veja todos os principais indicadores na tabela ao final desta reportagem). De acordo com o relatório trimestral, o prejuízo é explicado principalmente pelo desempenho do resultado operacional impactado principalmente pela queda do preço nos mercados internacionais do frango in natura e as despesas financeiras líquidas em R$ 860 milhões.
No Brasil, a companhia avançou 9,1% em receita líquida operacional com relação ao mesmo intervalo de 2022. Durante o período, a empresa permaneceu focada na execução do plano de eficiência, o BRF+. “Melhoramos na conversão alimentar de frango em 4,3%, reduzimos os índices de mortalidade de animais em 1,4 ponto percentual, aumentamos os rendimentos da indústria em 1,6 ponto percentual e reduzimos as perdas na cadeia produtiva em 49,9%”, lista o CEO da BRF, Miguel Gularte, por meio de nota. A empresa reduziu em mais de 4 pontos percentuais os descontos concedidos por conta da vida útil dos produtos no mercado doméstico em comparação ao mesmo período do ano anterior, reforçando os avanços no planejamento de demanda, nas diferentes fases de vendas e maior giro de estoques.
Em sua divisão internacional, a BRF manteve sua liderança nos países do Golfo com mais de 50% de share de exportação. Até março, a empresa avançou na estratégia de diversificação de mercados com a conquista de novas habilitações para envio de mercadorias para países como China, Malásia, Chile, México, Peru, entre outros. A receita líquida da divisão ficou em R$ 6,1 bilhões, 11,8% maior que do a soma do primeiro trimestre de 2022, influenciada pelo recorde de exportações registrado em março e o crescimento da receita em produtos de valor agregado no mercado Halal. A BRF atingiu 25,9% de participação de produtos de valor agregado nas vendas na região do Golfo e Turquia, onde impulsionou a disponibilidade de produto com a inauguração da nova linha de processados em Bandirma. A expectativa é que o cenário se desdobre favoravelmente nos próximos meses. “Estamos vivenciando um cenário de recuperação gradativa dos preços de frango nas exportações que, em conjunto com o avanço do plano de eficiência e a queda acentuada dos grãos potencializará os ganhos de rentabilidade da Companhia ao longo dos próximos trimestres”, pontua o CFO da companhia, Fábio Mariano, também por meio de nota.
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Mesmo eliminando os efeitos contábeis da hiperinflação na Turquia, o resultado negativo da BRF permanece