Mapa do Agronegócio Catarinense, lançado pela Facisc, revela a força do setor no estado
A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) lançou na terça-feira (25) o Mapa do Agronegócio Catarinense, um estudo inédito que evidencia a força e a diversidade do setor agropecuário no estado. Com R$ 87,3 bilhões de produção em 2023 e R$ 62,8 bilhões em exportações em 2024 (equivalente a 70% das exportações totais do estado), o agronegócio catarinense é um dos mais competitivos do país. O setor empregava formalmente 553 mil pessoas em 2023. A soma chega a mais de 1 milhão de trabalhadores com os informais, o que representa 20% da mão de obra em Santa Catarina. O levantamento reúne dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), oferecendo um panorama detalhado da produção agrícola, do rebanho, das exportações e dos principais polos do estado. Acesse o estudo completo ao final desta reportagem.
O presidente da Facisc, Elson Otto, destacou a importância de dar visibilidade ao setor. “Nosso objetivo é quantificar e demonstrar a relevância do agronegócio catarinense na geração de empregos, renda e competitividade global. O estudo fortalece a posição do estado no mercado nacional e internacional”, declarou. Otto também explicou que o Mapa do Agro foi feito baseado em dados e que a partir dele mudanças podem ser feitas para gerar investimentos significativos para o estado. “A transformação depende de cada um de nós. Precisamos acreditar que que mobilização e a participação de cada um faz a diferença. Fizemos o mapa do agronegócio porque acreditamos que podemos lutar pelo nosso desenvolvimento”, completou.
O diretor de ferrovias e agronegócio da Facisc, Lenoir Broch, detalhou que o estudo reúne dados sobre os principais produtos de cada região, destacando a importância do setor primário), do setor secundário (indústria de alimentos, bebidas e insumos agrícolas) e do setor terciário (comércio e distribuição). “Vemos o quanto nosso estado é privilegiado com a sua diversificação de produtos produzidos e ressalta a necessidade de investimentos. Apesar da competitividade, o setor enfrenta desafios logísticos. Com o estudo, podemos identificar gargalos e direcionar esforços para fortalecer nossa infraestrutura”, avaliou.
Principais destaques
Com o estudo a Facisc identificou que o investimento em tecnologia e equipamentos de ponta são essenciais para a evolução do agronegócio e para garantir a posição do estado em tantos segmentos. Segundo a economista da Facisc, Mariana Guedes, apesar da alta concorrência, principalmente com a Europa, o estado já mostra destaques na produção de maquinário tanto para o setor primário quanto para o setor secundário. “Investimentos na produção e na tecnologia desses maquinários são necessários para consolidar esta indústria em Santa Catarina. Como exemplo, as máquinas extratoras agrícolas no Sul, máquinas de têxtil e confecção no Vale e máquinas para fabricar alimentos no Oeste”, enumerou.
A diversidade produtiva das mesorregiões de Santa Catarina projeta o estado na produção brasileira do agronegócio: todas contam com pelo menos quatro destaques nacionais em diferentes produtos. O Oeste catarinense é a região com a maior quantidade de destaques na produção nacional, principalmente na pecuária. Em seguida, estão as regiões Serrana e Vale do Itajaí, com produtos da aquicultura, silvicultura e agricultura. Já na região Norte é a agricultura, enquanto no Sul e na Grande Florianópolis, os produtos da pecuária. Cada mesorregião catarinense se sobressai em diferentes segmentos do agronegócio, e contribui para a diversidade produtiva do estado. Confira abaixo o que cada região mais se destaca. No Mapa é também é possível encontrar mais detalhes de cada região.
Oeste Catarinense
O Oeste de Santa Catarina é protagonista em diversos produtos do agronegócio brasileiro, com destaque para os de origem animal e seus encadeamentos produtivos na indústria de maior valor agregado, como laticínios, máquinas para fabricar alimentos e bebidas e aparelhos de refrigeração industrial. Além disso, a manufatura da silvicultura, principalmente os produtos de madeira, torna a região líder nacional na quantidade de empregos formais. Isso garante mais arrecadação e qualidade de vida à população.
Serra Catarinense
A Serra conta com pelo menos cinco destaques na agropecuária brasileira. A região é líder nacional na produção de maçãs, inclusive a região de São Joaquim tem selo de Indicação Geográfica (IG) pelo INPI, devido à qualidade da maçã produzida. Outro destaque é a plantação de pinus: a região tem a maior área plantada do país, o que mostra alto nível de sustentabilidade na produção de madeira e de móveis do estado.
Norte Catarinense
A qualidade na produção de bananas faz a região Norte se destacar nacionalmente, sendo eleita uma das bananas mais doces do Brasil. Além disso, sobressai em culturas que não têm grande representatividade no país, mas que apresentam potencial de consumo, como é o caso da pera. A região também é importante no cenário nacional da indústria têxtil e de confecção.
Vale do Itajaí
Em relação à produção da agropecuária brasileira, a região se destaca pelo menos em seis produtos, com ênfase para a produção de cebolas, segunda maior do país e hortaliça indispensável na comida das famílias brasileiras. Também é a segunda região do estado com a maior quantidade de destaques nacionais na indústria. O Vale do Itajaí se diferencia, ainda, na produção de várias máquinas e equipamentos importantes para a agroindústria.
Sul Catarinense
A região vem cada vez mais investindo em produtos que remetem maior valor agregado, como é o caso da tilápia e dos ovos de codorna, que são produções mais recentes, mas que já se destacam no cenário nacional. O Sul também vem mantendo sua participação nacional em culturas já consolidadas e com poucos produtores nacionais, como é o caso do arroz.
Grande Florianópolis
Os investimentos nos últimos anos vêm mantendo a região como líder nacional absoluta na produção de ostras, vieiras e mexilhões, cuja produção possui vários cuidados e acompanhamentos de diversos indicadores para manter alta a qualidade do produto. Além disso, está em andamento o processo para obtenção do Selo de Indicação Geográfica da Ostra de Florianópolis.
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