Santa Catarina amplia ações para reduzir emissão de gases de efeito estufa

Indústria avalia estratégias para consolidar economia de baixo carbono

Assunto foi tema da reunião conjunta da Fiesc

Reduzir as taxas da emissão de carbono e assegurar a sustentabilidade do negócio é um dos desafios que a indústria vem enfrentando para contribuir com os esforços de frear o aquecimento global. O tema foi abordado na quinta-feira (31), em reunião conjunta do Comitê Estratégico para Logística Reversa e da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).

Juliana Falcão, especialista em políticas e indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), frisou que “a base de tudo é o inventário corporativo para entender quais são as emissões da indústria e, a partir disso, fazer um plano de mitigação”. Quatro fatores são preponderantes para consolidar a economia de baixo carbono no Brasil: transição energética, precificação do carbono, economia circular e conservação florestal. “Precisamos de uma estratégia ampla e integrada para redução de emissões, um plano de descarbonização para o país e investir em pesquisa e desenvolvimento visando novas tecnologias de baixo carbono”, acrescentou.

A transição energética consiste na passagem de uma matriz em que predomina a utilização de combustíveis fósseis, com elevada emissão de gases de efeito estufa (GEE), para uma ancorada em fontes renováveis e com baixa emissão de carbono. A promoção por parte dos países de um conjunto de inovações e transformações na forma como produzem e consomem a energia é uma das bases para a consolidação de uma economia de baixo carbono. Durante a COP 26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), o Brasil oficializou a meta de neutralidade de emissões até 2050. O objetivo é reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 50% até 2030, com base nos níveis de 2005. O Brasil também assumiu o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2028.

Leonardo Ferreira, secretário-executivo do meio ambiente de Santa Catarina, falou sobre as ações do governo para engajar os municípios na gestão climática do estado, que ainda não possui seu próprio inventário e usa como base o documento nacional. “Nosso dever de casa é realizar o nosso próprio inventário, estruturar programas de mitigação de emissões e de adaptação, além da implantação do ESG”, comentou.

Atualmente, metade da população do estado é atendida por coleta seletiva, de acordo com o secretário. Entre os avanços destacados por Ferreira estão o plano estadual de resíduos sólidos e a consolidação da regionalização dos serviços, por meio de consórcios públicos intermunicipais para eliminar lixões e utilizar aterros sanitários. O governo também estuda o aperfeiçoamento do transporte coletivo metropolitano para atender diariamente mais de 165 mil usuários. Com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), disseminou soluções e tecnologias como o sistema de plantio direto, adotado por vários produtores. Também implantou um sistema integrado de monitoramento e alertas de desmatamento, em parceria com instituições da Noruega que fornecem imagens de satélite de alta resolução em tempo real.

A reunião tratou ainda dos efeitos do decreto n° 10.936 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e cria ainda o Programa Nacional de Logística Reversa. A regulamentação é considerada um marco na legislação a respeito desse tema. Victoria Rocha, da ‘Eu Reciclo’, certificadora de logística reversa, detalhou o assunto. O decreto determina que fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos são responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos. A responsabilidade compartilhada será implementada de forma individualizada e encadeada.

O presidente da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Fiesc, José Lourival Magri, chamou a atenção para o terceiro ano consecutivo de escassez em Santa Catarina. “Precisamos pensar nisso. Oeste e Sul estão passando por esse problema. Além disso, entre os itens mais preocupantes no mundo, está a mudança climática”, afirmou. Albano Schmidt, presidente do Comitê Estratégico para Logística Reversa, destacou que os temas tratados na reunião cada vez mais andam juntos e que “precisamos lidar com meio ambiente e logística reversa como se fossem uma coisa só”.

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