Companhia registra recuperação de R$ 372 milhões relativos à repactuação do risco hidrológico
A Engie Brasil Energia registrou lucro líquido de R$ 639 milhões no terceiro trimestre de 2021, alta de 30,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. A receita operacional líquida somou R$ 3,4 bilhões entre julho e setembro, resultado 5,6% acima do apurado no mesmo período do ano passado. Parte dos resultados positivos no período se deve ao reconhecimento dos efeitos da Lei 14.182/21, que possibilitou a recuperação de custos passados de energia, relativos à repactuação do risco hidrológico, das usinas em que a companhia detém todo controle, totalizando R$ 372 milhões (veja os principais resultados na tabela ao final desta reportagem).
“A compensação desses valores é resultado do esforço conjunto do segmento, o que proporcionará maior estabilidade regulatória aos geradores”, destaca Eduardo Sattamini, diretor-presidente e de relações com investidores da Engie. Em breve, também serão reconhecidos os valores referentes às usinas em que a empresa catarinense tem participação acionária, que é o caso das hidrelétricas Itá, Machadinho e Estreito.
A Engie também registrou, mesmo em meio à maior crise hídrica dos últimos 91 anos, apenas 1,8% de queda na produção de energia elétrica em comparação ao terceiro trimestre de 2020. Neste cenário bastante desafiador, a redução da produção do parque hídrico da companhia foi de 7,5%. Já o despacho das usinas termelétricas próprias alcançou aumento de 11,2%. No segmento de usinas complementares, houve aumento de 20,1% na produção de energia em relação ao mesmo período do ano passado, devido à entrada em operação comercial integral da eólica Campo Largo 2.
Segmento de transmissão de energia
No segmento de transmissão, duas linhas do Sistema de Transmissão Gralha Azul foram energizadas em agosto, iniciando a operação do empreendimento, que atingiu 95% de avanço geral no terceiro trimestre, possibilitando o recebimento de 100% da Receita Anual Permitida (RAP) até o final do ano.
No Projeto Novo Estado, houve avanço geral de 89% da implantação das linhas de transmissão até o final de setembro, embora a previsão de conclusão da implantação do empreendimento tenha passado para o final do primeiro semestre de 2022, a energização dos primeiros sistemas que compõem o projeto continua prevista para o quarto trimestre de 2021, o que possibilitará o recebimento de cerca de 55% da Receita Anual Permitida (RAP) do empreendimento.
O Conjunto Eólico Campo Largo 2 atingiu, em 2 de setembro, 100% de sua capacidade instalada de 361,2 MW em operação comercial e, no Conjunto Eólico Santo Agostinho, foram iniciadas as atividades de implantação, que incluem construção de acessos, escavação das bases dos aerogeradores e a estabelecimento de redes de média tensão e da subestação coletora.
Venda dos ativos a carvão
Em linha com a estratégia global do Grupo Engie para descarbonização do portfólio com o objetivo de direcionar investimentos para energia renovável e infraestrutura, a empresa evoluiu nas negociações de venda dos seus ativos a carvão no Brasil. Como evento subsequente, em 18 de outubro, ocorreu o fechamento da venda do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda para a FRAM Capital. Além disso, a empresa continua avaliando propostas para a Usina Termelétrica Pampa Sul.
A Engie também assinou, em setembro, a compra do projeto do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol, localizado no município de Assú (RN), adicionando 750 MW ao pipeline de projetos em estágio avançado de desenvolvimento, que soma agora 2,2 GW e confirma o compromisso em atuar na aceleração da transição da matriz elétrica brasileira.
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