A companhia reajustou preços para reequilibrar as margens da indústria
A BRF reportou receita líquida de R$ 12,4 bilhões no terceiro trimestre de 2021 e crescimento de 24,6% em relação ao mesmo período de 2020. O lucro bruto totalizou R$ 2,6 bilhões entre julho e setembro, aumento de 12% no comparativo com o terceiro trimestre de 2020 (veja os principais dados do trimestre ao final desta reportagem).
“Os resultados robustos mesmo em um cenário tão desafiador foram atingidos graças a todas as iniciativas e processos implementados nos últimos anos, e também do foco na execução comercial, aumento da preferência dos consumidores por nossas marcas, e da evolução da receita vinda de inovação. Esta gestão consistente nos permite seguir avançando, com disciplina financeira, na nossa estratégia de crescimento de longo prazo”, declarou Lorival Luz, CEO global da BRF, por meio de nota. Segundo o relatório trimestral da BRF, a companhia realizou repasses de preços para reequilibrar as margens da indústria “ante um cenário inflacionário global e sem precedentes”.
A receita no Brasil oriunda de inovação já representa 7% no trimestre, ante 5,6% em 2020. Entre os lançamentos do período, está o primeiro frango plant-based carbono neutro do Brasil, o Veg Frango 100% Vegetal, da linha Sadia Veg&Tal, que tem as emissões neutralizadas do grão à mesa por meio de conservação florestal.
Com investimentos de cerca de R$ 300 milhões, a BRF ampliou a capacidade produtiva com a nova fábrica de Seropédica, no Rio de Janeiro. Essa é a 40ª unidade produtiva da empresa, a primeira dedicada exclusivamente à produção de salsichas e uma das mais avançadas no conceito de Indústria 4.0, com utilização de energia limpa, mínima geração de resíduo sólido e com reaproveitamento de água e resíduos em diversos processos.
No terceiro trimestre a companhia observou que a demanda por alimentos continua aquecida, com a China e o Japão apresentando crescimento de volumes. De acordo com a BRF, os preços em dólares para Japão e Coréia do Sul apresentam trajetória ascendente desde o fim de março, devido à queda do estoque local e abastecimento limitado da plataforma tailandesa para a região.
“Por outro lado, a forte queda dos preços da carne suína na China impactou negativamente o preço médio da região, em direção contrária ao movimento dos custos e fretes, pressionando as margens nesse mercado”, revela a empresa em seu relatório trimestral.
A produção de carne suína na China registrou oscilações acentuadas ao longo do ano, principalmente pelas novas variantes da peste suína. Desse modo, aconteceram dois movimentos relevantes por parte dos produtores, cujos resultados foram o aumento de estoque local e preços menores.
“O primeiro foi a adoção, por parte do produtor, de uma postura prudente em relação ao vírus e a antecipação do abate. O segundo foi a retenção dos animais no campo apostando no aumento de preços. Como os preços não reagiram, animais mais pesados foram abatidos, gerando ainda mais oferta no mercado. Diante de um cenário de custos muito desafiador, atrelado aos preços das commodities e o agravamento da crise energética, imobiliária e logística, o mercado apresenta margem negativa, o que impactou fortemente a rentabilidade da companhia na região”, revela a BRF.
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