É a quarta expansão consecutiva do índice
A produção industrial apresentou variação positiva de 0,3% na passagem de abril para maio, quarto resultado positivo consecutivo – fevereiro (0,7%), março (0,6%), abril (0,2%) – acumulando nesse período alta de 1,8%.Mas isso não foi suficiente para eliminar o recuo de 1,9% registrado em janeiro e o saldo ainda é negativo em 0,1% em 2022. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada pelo IBGE. No ano, a indústria acumula alta de 2,6% e, em 12 meses, de 1,9%.
No resultado desse mês, verifica-se comportamento predominantemente positivo, uma vez que 3 das 4 grandes categorias econômicas e 19 das 26 atividades industriais pesquisadas apontaram avanço na produção. “Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. De uma maneira geral, há uma melhora no desempenho da indústria nos últimos quatro meses que pode estar relacionada às medidas de incremento da renda implementada pelo governo (liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º para aposentados e pensionistas). Isso pode estar trazendo algum impacto positivo para o setor industrial, além da evolução no mercado de trabalho com a redução da taxa de desocupação. São fatores que devem ser considerados para entender o comportamento positivo da indústria nesse momento” analisa André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal.
Mas ele ressalva que, no computo geral, a indústria ainda se recente de fatores observados mês a mês que limitam a recuperação das perdas do passado, como inflação em patamares mais elevados reduzindo a renda das famílias, taxa de juros alta encarecendo o crédito e o mercado de trabalho que ainda permanece com a característica de uma massa de rendimentos que não mostra avanço.
“O setor industrial ainda tem um espaço grande a ser recuperado frente a patamares mais elevados da série histórica. Ainda permanecem a restrição de acesso das empresas a insumos e componentes para a produção do bem final e o encarecimento dos custos de produção. Várias plantas industriais prosseguem realizando paralisações, reduções de jornadas de trabalho e concedendo férias coletivas, com a indústria automobilística exemplificando bem essa situação nos últimos meses.”, diz Macedo.
Entre as atividades, as influências positivas mais importantes foram assinaladas por máquinas e equipamentos (7,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,7%), com ambas voltando a crescer após recuarem no mês anterior. “Essas duas atividades vinham de queda nos meses anteriores. No setor de máquinas e equipamentos observa-se comportamento positivo em máquinas para indústria, agricultura e construção. Já na atividade de veículos automotores destacam-se os impactos positivos em automóveis, caminhões e autopeças”, diz o gerente da PIM.
Entre as sete atividades com redução na produção, indústrias extrativas (-5,6%) e outros produtos químicos (-8%) exerceram os principais impactos em maio de 2022, com ambas eliminando parte do ganho acumulado no período fevereiro-abril de 2022. “As duas atividades vinham de uma base de comparação mais alta, após três meses de resultados positivos em sequência. Mas em maio os três principais itens do setor extrativo – petróleo, gás e minério – tiveram queda”, completa Macedo.
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