Produção de cevada cresce no Paraná para atender mercado cervejeiro

Instalação da Maltaria Campos Gerais deve triplicar área de plantio nos próximos cinco anos

Paralelo ao crescimento da área de plantio, crescem também as exigências com o padrão de qualidade do grão da cevada e os investimentos feitos por produtores

A maior parte da produção comercial da cevada no Paraná tem sido exclusivamente para consumo na indústria cervejeira. O estado lidera a produção brasileira do grão, sendo responsável por 60% das toneladas nacionais. A expectativa é que a área cultivada triplique nos próximos cinco anos, especialmente com a instalação da Maltaria Campos Gerais, prevista para operar a partir de outubro de 2023. O empreendimento é uma parceria das cooperativas Agrária, Bom Jesus, Capal, Coopagrícola, Frísia e Castrolanda.

Paralelo ao crescimento da área de plantio, crescem também as exigências com o padrão de qualidade do grão da cevada e os investimentos feitos por produtores, cooperativas e indústrias paranaenses. O grão da cevada, é de longe o cereal mais importante na fabricação de cerveja, porque é com ele que se produz o malte em um processo relativamente complexo, que pode ser chamado de maltagem ou malteação. Só para ter um comparativo, 100 quilos de grãos são transformados em cerca de 78 quilos de malte. Cultura tipicamente de inverno, o cultivo da cevada é mais forte nas regiões temperadas do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde o clima favorece a produção com qualidade para fazer cerveja. Estados como São Paulo e Goiás também cultivam o cereal.

Joany Anthony Simão, especialista em qualidade da Castrolanda, observa que o grão está relacionado à questão da qualidade do malte, por isso é crucial que a colheita seja realizada dentro dos percentuais toleráveis de umidade. “Se colher muito úmido, o grão vai germinar e toda safra poderá ser comprometida”, explica. “É igual ao trigo. Se pegar um período longo de chuva germina e perde a qualidade”, compara. Segundo ele, a Castrolanda está investindo em secadores para começar a operar na safra de 2022. Essa estrutura vai permitir que a cooperativa faça também a secagem do grão. Atualmente, fazemos apenas a classificação dos grãos da cevada. “Vamos fazer a secagem e o beneficiamento para entregar o grão à Cooperativa Agrária em condições de armazenagem, ou seja, com 13% de umidade.

A Castrolanda recebe para classificação pelo menos 15 mil toneladas de cevada produzidas em 3.300 hectares. A expectativa é dobrar a produção até o ano que vem para atender a maltaria que está em obra. A Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) estima um crescimento expressivo da área de cevada até 2025, podendo triplicar e chegar a 100 mil hectares. A expectativa é de que a fábrica dos Campos Gerais tenha uma produção anual de 240 mil toneladas de malte, volume que hoje corresponde a 15% do mercado nacional.

Instalação da Maltaria Campos Gerais deve triplicar área de plantio nos próximos cinco anos

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