Produção de automóveis cresceu 27,4% em mês que antecedeu publicação da MP

Cerca de 100 mil a 110 mil carros deverão usufruir dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil

A produção de veículos em maio teve o melhor resultado desde agosto, com 227,9 mil unidades, 27,4% superior a abril e 10,7% a mais que em maio de 2022

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, elogiou a abrangência da a Medida Provisória do setor automotivo, anunciada na segunda-feira (5) pelo governo federal. Para ele, o programa adotado, que tem um viés não só de aquecimento do mercado de veículos leves e pesados, mas também uma preocupação ambiental e de segurança viária muito forte, promovendo a renovação de frota de caminhões e ônibus de forma direta, e estimulando indiretamente essa renovação entre os automóveis, ao reduzir preços de modelos novos, e pressionando para baixo o valor dos usados. “Embora seja um programa de curta duração, traz um ânimo para todo o ecossistema automotivo e coloca um foco sobre um setor que tem potencial para gerar incontáveis benefícios à sociedade brasileira de forma geral”, afirmou.

Pelas estimativas da Anfavea, cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil, antes do esgotamento do teto de R$ 500 milhões em créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda. Isso deverá ocorrer em pouco mais de um mês, ou seja, bem antes dos 4 meses de prazo estipulado pela MP 1175. Para caminhões e ônibus, espera-se um prazo mais largo para o teto de R$ 1 bilhão, até porque são veículos de maior valor, e com venda atrelada à retirada das ruas e reciclagem de veículos pesados com mais de 20 anos de uso, para desconto de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil, dependendo do produto.

Bom desempenho da indústria em maio
A produção de veículos em maio teve o melhor resultado desde agosto, com 227,9 mil unidades, 27,4% superior a abril e 10,7% a mais que em maio de 2022. Para a Anfavea, alguns fatores foram responsáveis por essa alta, como o retorno das fábricas que haviam parado em parte do mês anterior, o maior número de dias úteis e, sobretudo, a expectativa gerada pelo anúncio de medidas para reaquecer o mercado, com descontos para modelos de até R$ 120 mil. Muitas empresas ampliaram seus estoques à espera de uma forte demanda a partir deste mês. Por outro lado, a espera pela MP do setor automotivo ocasionou um adiamento de compra por parte de muitos consumidores desde a metade de maio.

O resultado foi uma desaceleração do ritmo de vendas, mesmo após uma primeira quinzena muito positiva. As 176,5 mil unidades emplacadas no último mês representaram crescimento de 9,8% sobre abril e recuo de 5,6% sobre o mesmo mês do ano passado. Como maio teve quatro dias úteis a mais que abril, a média diária de vendas caiu 10,1% em relação ao mês anterior, de 8.929 para 8.025 unidades por dia. Esses movimentos da produção e do mercado interno geraram pela primeira vez em três anos um nível de estoque que só se verificava antes da pandemia, com mais de 250 mil unidades nos pátios das fábricas e das concessionárias. Volume que tende a ser escoado com rapidez, agora que os descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil oferecidos pelo governo federal estão válidos, além de eventuais reduções oferecidas pelas montadoras e suas redes.

Cerca de 100 mil a 110 mil carros deverão usufruir dos descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil

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