É o maior índice para o mês desde 1995
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, ficou em 1,2% em outubro, 0,06 ponto percentual acima da taxa de setembro (1,14%). Trata-se da maior variação para um mês de outubro desde 1995 (1,34%), e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 8,3% e, em 12 meses, de 10,34%, acima dos 10,05% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2020, a taxa foi de 0,94%.
Com o maior impacto individual (0,19 ponto percentual) no mês de outubro, a energia elétrica (3,91%), foi destaque no grupo Habitação (1,87%). A alta decorre, em grande medida, da vigência da bandeira tarifária Escassez Hídrica, em todo o período de referência do índice, com acréscimo de R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, o mais alto entre todas as bandeiras.
Durante o período base do IPCA-15, vigorou tanto a bandeira Escassez Hídrica, na primeira quinzena de setembro, quanto a bandeira vermelha patamar 2, na segunda quinzena de agosto. Outra contribuição importante dentro do grupo veio do gás de botijão (3,8%), cujos preços subiram pelo 17º mês consecutivo e acumulam, em 2021, alta de 31,65%.
No grupo dos transportes, o destaque foram as passagens aéreas, que tiveram alta de 34,35%. Os combustíveis seguem em alta (2,03%) e continuam pressionando os preços. A gasolina, componente com o maior peso do IPCA-15, subiu 1,85% e acumula 40,44% nos últimos 12 meses. Os demais combustíveis também apresentaram altas: etanol (3,2%), óleo diesel (2,89%) e gás veicular (0,36%).
Em termos de grupos analisados, a maior variação foi no grupo de transportes (2,06%), que, além das altas nas passagens aéreas e nos combustíveis, registrou variação positiva em automóveis novos (1,64%), usados (1,56%) e nas motocicletas (1,27%). No caso dos automóveis usados, trata-se da 13ª alta consecutiva, acumulando 13,21% de variação nos últimos 12 meses.
Outros subitens, como pneu (1,71%) e óleo lubrificante (1,36%), apresentam altas de 31,03% e 19,19%, respectivamente, no acumulado em 12 meses. Já ônibus intermunicipal variou 0,16%, devido aos reajustes entre 11% e 13% no preço das passagens em Fortaleza (8,25%), aplicados desde 3 de setembro.
O grupo de alimentação e bebidas (1,38%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 1,51% em setembro para 1,54% em outubro. Houve queda nos preços da cebola (-2,72%) e, pelo nono mês consecutivo, do arroz (-1,06%). As carnes (-0,31%), após 16 meses seguidos de alta, tiveram queda. A alimentação fora do domicílio acelerou na passagem de setembro (0,69%) para outubro (0,97%), principalmente por conta do lanche (1,71%), cujos preços haviam recuado no mês anterior (-0,46%). A alta da refeição (0,52%), por sua vez, foi menor que a observada em setembro (1,31%).
Todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em outubro. O menor resultado ocorreu em Belém (0,51%). A maior variação foi registrada em Curitiba (1,58%), com altas da energia elétrica (4,15%) e da gasolina (3,47%).
É o maior índice para o mês desde 1995