IPCA-15 foi influenciado pela queda na energia elétrica
A prévia da inflação desacelerou para 0,59% em maio e ficou 1,14 ponto percentual abaixo da taxa de abril (1,73%). Esse índice é o maior do indicador para o mês desde 2016 (0,86%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,93%. O acumulado dos últimos 12 meses é de 12,2%, acima dos 12,03% registrados em abril. A taxa de maio de 2021 foi de 0,44%. Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram aumento nos preços, exceto habitação (-3,85%), influenciado pela queda de 14,09% na energia elétrica.
A maior alta no resultado veio de Saúde e cuidados pessoais (2,19%). O item de maior influência no grupo e no IPCA-15 de maio foi produtos farmacêuticos, com aumento de 5,24% nos preços, registrado após o reajuste de até 10,89% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Já o maior impacto positivo no resultado foi do grupo dos transportes, que registrou alta de 1,8%. O resultado apresenta desaceleração em relação a abril (3,43%). A maior contribuição veio do item passagens aéreas (18,4%), cujos preços subiram pelo segundo mês consecutivo (em abril, a alta foi de 9,43%). Os combustíveis (2,05%) também seguem em alta, embora a variação tenha sido inferior à registrada no mês anterior (7,54%). Chamam a atenção aumentos da gasolina (1,24%) e do etanol (7,79%). Também merece destaque o seguro de veículo (3,48%), que já acumula 18,24% de variação no ano.
Outro grupo que desacelerou foi o de alimentação e bebidas: 1,52% em maio frente aos 2,25% de abril.A maior influência foi dos alimentos para consumo no domicílio (1,71%). A única queda de preços entre os grupos foi em habitação (-3,85%), puxada pela energia elétrica (-14,09%). Cabe lembrar que, a partir de 16 de abril, passou a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, após seis meses de bandeira “Escassez Hídrica”, com acréscimo de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos. Em termos regionais, houve quedas desde 17,62% em Curitiba até 2,18% em Fortaleza, onde houve reajuste de 24,23% nas tarifas. Também foi aplicado um reajuste tarifário de 20,97% em Salvador (-4,82%) e de 18,77% em Recife (-8,2%).
Quanto às regiões, todas as áreas pesquisadas no IPCA-15 de maio apresentaram alta, sendo a maior variação em Fortaleza (1,29%). Já o menor resultado regional foi em Curitiba (0,12%), onde, além do recuo de quase 18% da energia elétrica (-17,62%), houve queda nos preços de alimentos como a cenoura (-19,88%) e o tomate (-13,72%).
Mais sobre o IPCA-15
O IPCA-15 difere do IPCA, a inflação oficial do país, somente no período de coleta e na abrangência geográfica. Para o cálculo do índice de maio, os preços foram coletados no período de 14 de abril a 13 de maio de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 17 de março a 13 de abril de 2022 (base). O IPCA-15 refere-se a famílias com rendimentos de 1 a 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e do município de Goiânia.
IPCA-15 foi influenciado pela queda na energia elétrica