Vendas avançaram mais de 50% até março, mas lucro caiu quase pela metade
A Positivo Tecnologia anunciou nesta quinta-feira (12) que ultrapassou a marca do bilhão no primeiro trimestre, valor 52,5% maior do que igual período de 2021. O fato motivou a companhia paranaense a reforçar que o faturamento anual prévio deve alcançar uma cifra entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões. A notícia negativa do relatório trimestral foi a queda do lucro quase pela metade (veja os principais indicadores da empresa ao final desta reportagem).
Porém, a companhia explica que, para melhor compreensão e base de comparação do lucro líquido entre períodos, ajustou o resultado pela Marcação a Mercado do hedge dos insumos, uma vez que, a partir de abril do ano passado, passou a adotar a contabilidade de Hedge Accounting [o termo “hedge” remete a proteção, sendo, na prática, uma transação compensatória que tem o objetivo de proteger uma empresa contra possíveis prejuízos relacionados à oscilação de preços]. Com isso, ambas bases comparativas levam em consideração apenas os hedges efetivamente liquidados em cada trimestre. Com isso, encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido ajustado de R$ 28,4 milhões, 6,9% superior ao mesmo período do ano anterior e queda de 32% quando comparado ao último trimestre de 2021.
De acordo com a empresa, o primeiro trimestre do ano registrou um resultado consolidado ainda superior ao apresentado no mesmo período de 2021, o que demonstra o acerto da estratégia adotada por meio da diversificação de receitas. A Positivo destaca o desempenho superior do mercado corporativo e de instituições públicas, por meio do fornecimento de máquinas de pagamento, além da forte entrada em licitações públicas, com R$ 3 bilhões de receitas já contratadas somada às previsões de contratações.
A unidade de vendas corporativas finalizou março com receita bruta de R$ 331 milhões, 141% superior ao igual intervalo de 2021. Além da contínua demanda por computadores por parte das empresas brasileiras, o crescimento é explicado pela conquista de novos clientes no segmento de meios de pagamento. Já a unidade de instituições públicas, potencializada por um maior número de licitações no país e pela entrada de receita parcial de R$ 430 milhões referente à entrega das urnas eletrônicas para as eleições deste ano, encerrou o trimestre faturando R$ 712 milhões, correspondendo a 60% do faturamento total da companhia.
A venda no varejo, que representa 12,7% do bolo, encerrou o trimestre com faturamento de R$ 152 milhões, queda de 69% em relação ao mesmo período de 2021. A redução é reflexo do arrefecimento do setor de varejo no país, devido ao alto nível de estoques registrado ao final do 2021, combinado com a alta da inflação e juros, o que impacta o poder de compra das famílias.
Vendas avançaram mais de 50% até março, mas lucro caiu quase pela metade