Modo anônimo do Chrome é uma enganação?

De tempos em tempos surgem questionamentos sobre o modo anônimo do Chrome que procuram colocar em xeque a “real” capacidade do recurso em garantir a privacidade dos usuários.

Fatos recentes relacionados a documentos judiciais reportados pela Bloomberg sugerem que, mesmo no modo de navegação anônima, o Google continua entregando dados de usuários aos anunciantes.

A polêmica seria tão grande que funcionários do Google pediram ao presidente da Alphabet, Sundar Pichai, que revisasse o recurso para fornecer navegação verdadeiramente anônima e privada.

“Torne o modo de navegação anônima verdadeiramente privada”, teria escrito a chefe de marketing do Google, Lorraine Twohill. 

“Estamos limitados em quão fortemente podemos comercializar o Modo Anônimo porque não é realmente privado, exigindo, portanto, uma linguagem de proteção muito confusa que é quase prejudicial.”

Seria o modo anônimo apenas uma enganação do Google?

Absolutamente não. O modo anônimo realmente protege a privacidade.

Quando ativado, o navegador não grava o histórico, cookies ou as informações fornecidas em formulários.

Contanto que você não esteja conectado a sites e redes sociais, os usuários não podem ser identificados e nenhuma informação é passada por uma “porta dos fundos” do Chrome sem o consentimento do usuário.

Após fechar a janela do modo anônimo, todos os dados da sessão são apagados, menos os downloads, favoritos e itens da lista de leitura. Esta ação é irreversível.

Entretanto, porém, todavia, existem algumas ressalvas desde o “day one” do browser. Dados como IP, dispositivo e navegador continuam visíveis para os administradores de redes, provedores e sites.

Isso acontece, pois o modo anônimo do Chrome não utiliza uma VPN ou proxy – a navegação ocorre como qualquer outra janela do navegador.

Qual o motivo de tanto barulho?

O burburinho na mídia não está relacionada a uma falha existente no modo anônimo, mas nas informações que o recurso de navegação privada do Chrome não oculta (IP, dispositivo e navegador).

Muitos afirmam que isso facilitaria para os anunciantes e o próprio Google descobrir quem você é por meio dessas exclusões, pois pode vincular esses dados de navegação e outras informações relevantes a você.

Ou seja, mesmo que você utilize o modo anônimo, as empresas podem continuar acompanhando o que você faz na internet, até mesmo quando não quer que ninguém saiba o que acessou.

Criado e projetado com o pensamento de 2008, o objetivo da navegação privada pretendia ocultar dados de navegação em computadores compartilhados. Não existiam as preocupações da internet de hoje.

Por conta desse “gap”, muitas pessoas tem processado com o Google com acusações de violações de privacidade. Uma bagatela de US$ 85 milhões já foram gastos para lidar com esse assunto.

Resposta do Google

O Google respondeu as acusações de que o serviço é claro em seu funcionamento e que as discussões em torno do modo anônimo tentam formular um entendimento diferente da funcionalidade.

“O modo de navegação anônima oferece aos usuários uma experiência de navegação privada, e deixamos claro como funciona e o que faz, enquanto os demandantes neste caso descaracterizaram propositalmente nossas declarações”, disse um porta-voz.

De fato, o alerta está lá desde 2008:

Por enquanto, não há qualquer movimentação do Google em querer alterar o funcionamento do modo anônimo.

De tempos em tempos surgem questionamentos sobre o modo anônimo do Chrome que procuram colocar em xeque a…

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