Programação é liderada pelo Instituto de Estudos da China, da UFSC
Ir às cidades de Zhengzhou (Henan) para reforçar o relacionamento de Santa Catarina com sua província-irmã na China; de Mianyang (Sichuan) e Shantou (Guangdong) para avançar nos intercâmbios da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com a Southwest University e a Shantou University; de Qingdao (Shandong) e Fuzhou (Fujian) para estabelecer intercâmbios educacionais e de pesquisas com universidades e outras instituições científicas, tecnológicas e de inovação; e de Shanghai e Beijing para participar das feiras de importação e de investimentos no exterior. Em todas elas, visitar empresas e parques tecnológicos, para propor cooperação nas áreas de alimentos, agricultura, automação, mobilidade, máquinas e equipamentos agrícolas, saúde e Tecnologia de Informação (TI).
Essa programação intensa deverá ser realizada na primeira quinzena de novembro de 2022, por uma pequena comitiva de professores, executivos de empresas e de cooperativas, e integrantes de governos municipais e do estadual de Santa Catarina, liderada pelo Instituto de Estudos da China, da Universidade Federal de Santa Catarina, o Ichin. O fator limitante “Covid” está no planejamento da viagem, e o Plano B é realizá-la no início de 2023, com o prejuízo das feiras de novembro.
Apesar de ter como princípio que para conhecer bem a China é preciso ir à China, estar no país, conhecer “in loco” seu povo, sua cultura, línguas, universidades e tudo o mais, o Ichin foi obrigado a atuar virtualmente nos últimos dois anos em função da pandemia. Por isso agora em abril a decisão de ousar, tentar viabilizar a primeira viagem em 2022, mesmo sabendo que a situação mundial está muito complicada, com o agravante do período eleitoral no Brasil até o final de outubro, e agora o “lockdown” em Shanghai. Mas a esperança segue firme: até novembro a situação estará melhor, ainda que não totalmente normalizada, e a viagem acontecerá!
Em outubro de 2022 completará 20 anos o irmanamento de Santa Catarina com a província de Henan, e por isso também o Ichin considera importante realizar a missão esse ano. Tomada a decisão de fazer, o negócio agora é trabalhar, começando por apresentar a proposta a potenciais interessados – centros e departamentos da UFSC, entidades empresariais e cooperativistas, empresas exportadoras e importadoras, e interessadas em atrair investimentos, mais governos e legislativos, clubes esportivos, instituições de pesquisa, entidades e empresas culturais etc. Viabilizar financeiramente a empreitada será mais difícil por causa do câmbio, o valor do dólar encareceu muito as viagens internacionais. Daí a importância adicional da participação de quem vai para atrair investimentos e vender produtos e serviços.
Talvez essa iniciativa da “academia” contribua, a médio prazo, para reduzir o déficit da balança comercial de Santa Catarina de inacreditáveis US$ 14,6 bilhões em 2021. Dizer que os portos catarinenses são entrada de mercadorias para outras regiões não explica suficientemente o déficit, nem aumenta as vendas de produtos com mais tecnologia, principalmente para a China.
Até 2008 Santa Catarina era cantado em prosa e verso como “estado exportador”, com saldo positivo na balança comercial. Foi em 2009 que a situação mudou, com déficit de US$ 800 mil, que só fez aumentar nos anos seguintes: US$ 4 bilhões negativos em 2010, US$ 7 bilhões em 2014 e US$ 14,6 bilhões em 2021. O estado tem indústrias competitivas em várias áreas, tem tecnologia e inovação, e uma grande estrutura de pesquisa e ensino técnico, tecnológico e universitário. Só lhe faltam ferrovias para ser mais competitivo – na região litorânea, na fronteira Oeste e ligando o Oeste ao litoral –, que podem ser financiadas e construídas por empresas chinesas.
Programação é liderada pelo Instituto de Estudos da China, da UFSC