Conclusão faz parte do estudo da PwC sobre modelos de trabalho pós-pandemia
A volta parcial ao escritório com equipes reunidas até duas vezes por semana é a opção preferida pela maioria dos profissionais de grandes empresas brasileiras. A análise faz parte do estudo “Modelos de trabalho pós-pandemia”, conduzido pela empresa de consultoria e auditoria PwC Brasil em parceria com o PageGroup, consultoria referência mundial em recrutamento especializado de profissionais, e com apoio técnico do professor de estratégia e liderança Paul Ferreira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foram ouvidos cerca de 1 mil profissionais, sendo 289 lideranças e 633 colaboradores, em todo território nacional, de 17 de janeiro a 4 de fevereiro deste ano.
A publicação revela que 67% dos funcionários preferem regime integral de home office ou modelo híbrido com uma ou duas idas ao escritório na semana. Entre os executivos C-Level, esse modelo é indicado por 58%. Já os colaboradores que gostariam de ir três ou mais vezes ao escritório ou preferem um regime totalmente presencial são 23%. Entre participantes C-Level, este percentual é de 35%.
Em relação à produtividade, o percentual de colaboradores que acreditam que muitas ou todas as tarefas podem ser realizadas em home office (87%) supera o de executivos (72%). O inverso mostra que 12% dos C-Levels acreditam que pouquíssimas ou poucas tarefas podem ser realizadas em casa; o percentual de colaboradores é de 6%. Ainda sob a perspectiva de entrega de resultados, 40% dos executivos acreditam que não há diferença nas entregas em rotinas de trabalho com home office, enquanto 68% dos colaboradores afirmam que são mais produtivos ou muito mais produtivos no trabalho remoto.
“O estudo revela que não existe mais um modelo único de trabalho. O formato ideal depende de cada empresa, da natureza do negócio e do perfil de cada profissional. Os executivos precisam estar atentos a essas diferenças. Além disso, as necessidades estão mudando muito rápido. As empresas precisam ter agilidade e resiliência na reconstrução dos seus novos modelos de trabalho”, afirma Tatiana Fernandes, sócia e líder de capital humano da PwC Brasil. Ela observa que a pesquisa mostra também percepções convergentes. “Quando perguntamos quais os principais fatores que afetaram negativamente a produtividade com o home office, tanto executivos quanto colaboradores indicaram a falta de contato adequado com as equipes entre as três primeiras posições desse ranking”, informa.
As percepções de executivos e de suas equipes são divergentes em relação à produtividade. Enquanto para os funcionários a falta de contato adequado é a principal causa para perda de produtividade no home office, a alta liderança aponta a falta de infraestrutura ou de um local adequado de trabalho. Parte dos colaboradores também afirma que não há fatores que impeçam a produtividade no home office, enquanto outros indicam a dificuldade de acesso ao sistema da empresa como um dos entraves na produtividade. Para os executivos, em segundo lugar estão a falta de contato entre as equipes e as distrações pessoais.
Gestão remota
A pesquisa da PwC Brasil com a PageGroup também buscou levantar a percepção dos participantes a respeito do desempenho dos executivos na gestão do trabalho remoto. Embora 61% dos executivos acreditem que é mais difícil alinhar os interesses da equipe com uma liderança remota, 72% dizem que a liderança se adaptou ao trabalho remoto (ativa ou passivamente). “Todo mundo tem o mesmo tempo de experiência de pandemia para lidar com esse novo modelo. O primeiro ponto é entender o quanto os executivos estão abertos para questionar os modelos de liderança. Nesse formato, como eu consigo ajudar meus colaboradores a atingirem seu potencial máximo? Em quais atividades somos mais produtivos nos dois modelos? Temos de olhar por atividade”, afirma Ricardo Basaglia, CEO do PageGroup Brasil.
Regimes flexíveis
Em um recorte de gênero, a pesquisa da PwC Brasil com a PageGroup revela ainda que 73% das mulheres preferem regime integral de home office ou regime híbrido com uma ou duas idas ao escritório na semana; homens são 61%. A grande maioria delas também diz que é possível realizar todas ou quase todas as tarefas em home office (78%). Entre os homens, 59% têm a mesma percepção.
“Os dados mostram que o ganho de produtividade talvez não tenha sido obtido de forma saudável, que as pessoas talvez não tenham suporte adequado em casa para colocar limites entre as questões pessoais e profissionais. Os CEOs se perguntam até que ponto o excesso de flexibilidade é sustentável, pois traz riscos no longo prazo para o bem-estar das equipes, a retenção de talentos, a produtividade da empresa e sua capacidade de inovação”, comenta o professor Paul Ferreira, da FGV. Ele faz referência à parte da pesquisa que mostra que, entre colaboradores, 51% das mulheres afirmaram fazer quatro horas extras ou mais em home office na semana, enquanto os homens são 42%. Entre C-Levels, são 39% das mulheres e 23% dos homens.
Os mais novos acompanham as mulheres na preferência por trabalhar de casa: 64% da geração Z (nascidos a partir de 2001), 28% da Y (1982-2000) e 22% da X (1961-1981) preferem regimes totalmente remotos, enquanto apenas 20% da geração Baby Boomers (1943-1960) têm a mesma opinião. A inclinação das mulheres por regimes flexíveis aparece também quando o modelo das reuniões é discutido. Elas preferem reuniões totalmente remotas ou híbridas opcionais – em que podem escolher participar presencialmente ou não (65%); os homens são 56%. Na análise geracional, a predileção sobre o mesmo aspecto é indicada por 76% da geração Z, 61% da Y, 59% da X e 46% da Baby Boomers.
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