IPCA tem alta de 0,59% em outubro após três meses de deflação

Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,7%

Setor de alimentos foi o grupo que mais contribuiu para a inflação de outubro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,59% em outubro, interrompendo uma sequência de três meses seguidos de deflação. Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,7%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 6,47%. Em outubro de 2021, a taxa havia sido de 1,25%. A pesquisa foi divulgada pelo IBGE.

O grupo de vestuário teve a alta mais intensa, 1,22%, mas a maior influência no índice geral veio de alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice geral. Na sequência das maiores influências estão os grupos de saúde e transportes. “Há um claro contraste, porque alimentação e transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro”, comenta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês. Apenas Comunicação teve queda, de 0,48%.

A alta nos alimentos foi puxada pela alimentação no domicílio (0,8%), com batata-inglesa (23,3%) e tomate (17,6%) contribuindo, juntas, com 0,07 ponto percentual do resultado total do mês. O grupo também registrou aumentos na cebola (9,3%) e nas frutas (3,5%). Entre as quedas, destaque para o leite longa vida (-6,3%), que já havia recuado 13,7% em setembro, e o óleo de soja (-2,8%), que marcou a quinta queda consecutiva. Já em transportes, cujo índice passou de queda de 1,9% em setembro para alta de 0,5% em outubro, Kislanov aponta dois fatores preponderantes. “Além do aumento da passagem aérea, de 27,3%, também foi importante o recuo no preço dos combustíveis, de 1,2%, menos intenso do que no mês anterior, quando a queda foi de 8,5%”, ressalta. A gasolina (-1,5%), o óleo diesel (-2,1%) e o gás veicular (-1,2%) seguem trajetória de queda, mas o etanol registrou alta de 1,3%.

No grupo de vestuário, a influência em outubro foi da alta nos preços das roupas masculinas (1,7%) e das roupas femininas (1,1%). “Esse aumento tem acontecido desde a retomada do isolamento”, lembra Kislanov, ressaltando que, nos últimos 12 meses, a variação acumulada do setor foi de 18,4%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA. Na análise por região, todas as áreas tiveram alta em outubro, com Recife (0,9%) marcando a maior variação por conta das altas da energia elétrica (9,6%) e das passagens aéreas (47,3%). Por outro lado, o menor índice foi registrado em Curitiba (0,2%), influenciado pelos recuos nos preços da energia elétrica (-9,8%) e da gasolina (-2,4%).

Sobre o IPCA
O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,7%

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