Santa Catarina e Paraná tiveram os piores desempenhos
A produção industrial caiu em 12 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, na passagem de agosto para setembro, quando o índice nacional recuou 0,7%. A pesquisa, divulgada pelo IBGE, mostra quedas com resultados inferiores à média nacional em Santa Catarina (-5,1%), Paraná (-4,3%), Pará (-3,7%), São Paulo (-3,3%), Goiás (-2,9%), Amazonas (-2,9%), Espírito Santo (-2,2%), Minas Gerais (-1,7%), Bahia (-1,3%) e Rio de Janeiro (-1,1%). Nesse mês, completaram o conjunto de locais com índices negativos Mato Grosso (-0,4%) e Rio Grande do Sul (-0,2%). Dos 12 locais que apresentaram queda no mês de setembro, em oito o setor de alimentos esteve entre as principais influências nos resultados. Destaque para São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Pará e Minas Gerais.
“A inflação está impactando mais os produtos alimentícios, principalmente os da cesta básica. Isso afeta a cadeia produtiva. Observamos, ainda, que o desemprego está caindo, porém a informalidade tem aumentado e o rendimento médio continua baixo. Assim, menos alimentos foram produzidos, já que as famílias estão deixando de consumi-los, visto a perda de poder aquisitivo causada pela inflação, e isso pode explicar a queda do setor”, esclarece Bernardo Almeida, analista da PIM Regional. “No lado da oferta, podemos dizer que os fatores negativos começam a ser suavizados, como o desabastecimento de insumos e o encarecimento das matérias primas. Esses fatores, além das incertezas em relação à conjuntura macroeconômica do Brasil, afetam as tomadas de decisões dos produtores e dos consumidores, reduzindo o seu consumo para reter um pouco o poder aquisitivo”, completa Almeida.
O estado de São Paulo, com queda de 3,3% em setembro, apresentou o menor resultado na comparação mês/mês desde abril de 2022, quando atingiu retração de 4,5%. Maior influência na indústria nacional, o estado continua sendo o termômetro dos resultados observados para o mês. “Os setores de alimentos e derivados do petróleo foram os que mais influenciaram negativamente o resultado. Vale lembrar que São Paulo representa aproximadamente 34% da concentração industrial e no mês de setembro encontra-se 23,9% abaixo de seu patamar mais alto, atingido em março de 2011. Na comparação com os resultados pré-pandemia, está 2,5% abaixo de fevereiro de 2020”, avalia o analista. Outras localidades que se destacaram negativamente em setembro foram Santa Catarina, com queda de 5,1%, e Paraná, recuando 4,3%, maiores quedas do mês em números absolutos. O pesquisador destaca os principais setores que impactaram nos resultados de cada estado.
“A taxa de Santa Catarina se baseia principalmente nos resultados dos setores de máquinas e equipamentos e de alimentos. É o segundo mês consecutivo de índice negativo com perda acumulada de 10,2%. Os resultados do Paraná, que obteve a segunda maior influência no resultado nacional, foram afetados principalmente pelos setores de derivados de petróleo, de veículos e de alimentos. É a quarta taxa negativa consecutiva para a indústria paranaense com uma perda acumulada de 8%”. Pelo lado das taxas positivas, o Ceará, com crescimento de 3,7%, eliminou grande parte das perdas acumuladas no período de junho-agosto (-4,6%). Já Pernambuco, com alta de 2%, intensificou o resultado positivo observado em agosto, quando apresentou alta de 0,1%.
PIM Regional
A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Santa Catarina e Paraná tiveram os piores desempenhos