Alta de 5,2% no primeiro semestre foi aquecida pelos números de maio e junho
Após meses de queda, a importação de azeitonas de mesa está voltando a crescer no Brasil. De acordo com a análise da paranaense Vale Fértil, a partir da base de dados de comércio exterior do Ministério da Economia, 82 mil toneladas drenadas do fruto foram trazidas ao país em 2020; em 2021, foram 68 mil toneladas drenadas, uma diminuição de 17% em relação ao ano anterior. A tendência de queda que vinha desde 2021 continuou nos primeiros meses de 2022, mas o crescimento foi retomado em março.
No primeiro semestre, foram importadas 32,3 mil toneladas drenadas do fruto, o que representa um crescimento de 5,2%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Ainda que janeiro e fevereiro tenham sido de quedas (-42,5% e -15,9%, respectivamente), os meses seguintes foram de crescimento, com 1,8% em março, 4% em abril, 49,1% em maio e 57,9% em junho.
Segundo especialistas da Vale Fértil, a baixa disponibilidade de contêineres para as importações das azeitonas prejudicou a chegada da matéria-prima ao Brasil em 2021, afetando o mercado. Por outro lado, o crescimento da produção na Argentina, Peru e Espanha está permitindo a retomada das importações neste ano. Para o segundo semestre, as expectativas do segmento de azeitonas seguem positivas, mesmo em ano de eleições, fator que traz uma dose de insegurança ao mercado. Por exemplo, a Vale Fértil projeta para 2022 aumento de 6% de crescimento em quilos em relação ao ano passado. A marca é líder nacional em azeitonas e respondeu por 22,3% nas importações brasileiras do fruto nos primeiros seis meses de 2022.
“Prevemos crescimento no mercado interno, já que teremos o governo injetando dinheiro na economia nos próximos meses. Além disso, no caso da Vale Fértil, nosso negócio é sazonal e o pico de vendas é no final do ano, o que será potencializado pela Copa do Mundo em novembro”, avalia José Délcio de Farias, controller do Grupo Vale Fértil. O evento esportivo mundial movimenta o setor porque, atualmente, o brasileiro consome azeitonas principalmente como petisco, e a comercialização desse e outros aperitivos aumenta em dias de jogos da seleção brasileira. Por exemplo, levantamento feito pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) na edição de 2018 da Copa mostrou que alguns aperitivos chegaram a ter 20% a mais de comercialização nos dias de jogos da seleção brasileira de futebol.
Azeitona na balança comercial
O Brasil é o segundo maior importador de azeitonas do mundo. Segundo o Conselho Oleícola Internacional (COI), cinco mercados representam cerca de 67% das importações mundiais do fruto: Estados Unidos (24%), Brasil (18%), União Europeia (17%), Canadá (5%) e Austrália (3%). A Argentina é o principal país que exporta azeitonas para o Brasil. De acordo com a base de dados de comércio exterior do Ministério da Economia, no período de janeiro a junho deste ano, 61,4% das importações brasileiras do fruto vieram da Argentina, 20,7% do Peru, 11,4% da Espanha e 5,7% do Egito.
Alta de 5,2% no primeiro semestre foi aquecida pelos números de maio e junho