Grupo Emflotur tem plano de recuperação judicial aprovado

Empresa do sistema de transporte público de Florianópolis avança em sua reestruturação

O passivo foi negociado com os credores, que aceitaram percentual de deságio

Foi aprovado, na última semana, o plano de recuperação judicial do Grupo Emflotur. A proposta foi aceita por todas as classes de credores, reunidos em assembleia geral. Agora, o processo será encaminhado para homologação na Vara do Direito Empresarial de Florianópolis.

Com mais de 60 anos de atuação em Santa Catarina, a companhia é uma das operadoras do sistema de transporte coletivo na capital. Em outubro de 2020, a Justiça aceitou o pedido de recuperação solicitado pela empresa, afetada pela paralisação do transporte público durante a pandemia. Além disso, as atividades foram inviabilizadas pela ausência de reequilíbrio do contrato por parte da prefeitura. O passivo acumulado era de R$ 8,7 milhões.

“A aprovação do plano é uma vitória de todos os envolvidos para garantir a manutenção dos atuais colaboradores e quitar os débitos com os credores. Contamos agora com o poder público municipal, que precisa garantir seu compromisso com o setor. O que está ao nosso alcance tem sido efeito”, afirma Rafael Rocha, diretor da empresa e neto do fundador, Aldo Rocha.

“Os processos de recuperação judicial têm sido movimentos importantes para as transportadoras superarem a crise, que já vinha desde antes da pandemia, mas foi agravada pela Covid-19, impactando seriamente nos serviços. A aprovação do plano da Emflotur é mais um passo nessa retomada”, destaca o advogado Alexandre Vellinho, sócio do escritório Medeiros, Santos & Caprara Advogados, que vem conduzindo o processo. Agora, segundo Vellinho, a Emflotur poderá solucionar suas obrigações, sobretudo trabalhistas e com fornecedores. O passivo foi negociado com os credores, que aceitaram percentual de deságio, assim como alongamento das dívidas.

Fundada em 1952 pelo empresário Aldo Rocha, a então empresa Florianópolis operava exclusivamente na área continental, tendo como referência a linha do canto, que transportava passageiros até o centro da capital e vice-versa. Com o crescimento da demanda, surgiram as linhas Balneário, Aracy Vaz Calado e Bairro de Fátima, entre outras. Em 2005, foi uma das participantes da licitação do transporte municipal de passageiros em Florianópolis, integrando o Consórcio Fênix. Atualmente, opera com 30 veículos na capital e chegou a contar com 170 funcionários.

Empresa do sistema de transporte público de Florianópolis avança em sua reestruturação

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