Refinaria de Toledo é a primeira do Brasil a produzir o combustível sustentável com resíduos da suinocultura
O Grupo Rejaile vai investir R$ 50 milhões na produção de biometano, biocombustível 100% renovável. O anúncio foi feito durante evento para o mercado realizado em Curitiba, no Museu Oscar Niemeyer, quando também foi assinado um termo de compromisso com o CIBiogás, Instituto de Ciência e Tecnologia que é parceiro do projeto e desenvolve ampla pesquisa com biogás. A construção da fábrica já começou no município de Toledo, oeste do Paraná. A produção será de até 3 milhões de metros cúbicos de biometano por ano a partir de 2026, a partir de resíduos da suinocultura, uma iniciativa inédita no Brasil.
O projeto começou com pesquisas sobre alternativas sustentáveis e comprometidas com melhores práticas. A parceria com o CIBiogás surgiu como uma forma de viabilizar a execução do projeto, uma vez que a refinaria de biometano utilizará o biogás produzido pela ampliação do CBT – Centro de Bioenergia de Toledo, que pertence ao instituto. “O combustível renovável sempre esteve no nosso radar. O Brasil ainda tem longos passos para conseguir oferecer fontes de energia mais verdes, e esse é um trabalho fundamental para propor alternativas responsáveis e que favoreçam indústrias, comércio, e todos aqueles que consomem energia. Estamos muito felizes em desenvolver este projeto viabilizando um excelente produto no nosso estado”, diz Maurício Rejaile, presidente e fundador do grupo.
O Brasil hoje tem seis plantas de biometano autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Nosso projeto inicial contempla uma planta de refino e purificação que deve operar entre 4,5 milhões de metros cúbicos a 5,5 milhões de metros cúbicos de biogás por ano, produzindo aproximadamente 3 milhões de metros cúbicos de biometano por ano. Esse volume tende a ser ampliado dentro da própria planta inicial, bem como com a construção de outras unidades de produção no estado do Paraná e de Santa Catarina inicialmente”, conta o empresário.
O grupo, que hoje atua na área de distribuição e armazenagem de combustíveis, uma rede de postos e soluções ambientais, escolheu a suinocultura para este projeto inicial tendo em vista que o Paraná é o segundo estado com maior produção nacional de carne de porco. “A versatilidade do biogás e o grande número de biomassas possíveis para sua produção dão a oportunidade de produzir biometano a partir do refino e purificação de muitas fontes. Inicialmente temos a rota de resíduos agroindustriais e dejetos como a principal desta planta. Contudo, estamos avaliando o uso e adaptação tecnológica para produção a partir de outras formas de biogás e biomassa”, revela o presidente. A previsão de início da operação é em 2026. O objetivo é mais que dobrar a produção em quatro anos.
Novo momento
O Grupo Rejaile também apresentou o novo posicionamento da empresa, com mudança no nome da distribuidora RDP Petróleo para RDP Energia. “A inovação precisa estar presente nas marcas. Vivemos tempos difíceis, de crises climáticas e há cada vez mais necessidade de se investir em processos mais renováveis e alinhados com a sustentabilidade. O mercado de combustíveis precisa repensar essa relação e oferecer alternativas para o público consumidor. E esse reposicionamento vai bem ao encontro desse momento da empresa”, conta o diretor Jefferson Rejaile. A RDP Energia vendeu mais de 700 milhões de litros de combustíveis e atendeu a cerca de 1,3 mil clientes nos últimos 12 meses.
Refinaria de Toledo é a primeira do Brasil a produzir o combustível sustentável com resíduos da suinocultura