Governança corporativa é poder compartilhado

Papel dos conselhos foi debatido em painel do Radar Reinvenção na Fiesc

Décio da Silva, da Weg, Bruno Salmeron, da Schulz, e Jorge de Freitas, da Intelbras, compartilharam suas experiências integrando conselhos de companhias

A governança corporativa no mundo empresarial é um poder compartilhado. Isso é o que executivos que participaram nesta quarta-feira (3) do Radar Reinvenção, na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), apontam ao falar sobre o papel dos conselhos nas companhias. Décio da Silva, da Weg, Bruno Salmeron, da Schulz, e Jorge de Freitas, da Intelbras, participaram do painel que abordou o tema. “Brinco que Deus deveria ter nos dado dois olhos para olhar a curto prazo e o dia a dia e um com visão mais longa. Esse equilíbrio entre o curto e o longo prazo é o que todos nossos gestores devemos perseguir. As companhias precisam se preparar e fortalecer seus conselhos de administração. Compliance, controles internos e questões éticas são temas que devem ser tratados no conselho de administração”, alertou Décio.

Para Bruno Salmeron, diretor de operações da divisão automotiva da Schulz, governança é uma pauta de família. Lá, a inserção no negócio de novas gerações ocorre aos 13 anos. “Nasci nos fundos da empresa da minha família, que é italiana, e eu aprendi muito com as dores do meu avô, Bruno Ferrari”, contou. Salmeron compara a governança a uma ampulheta, com acionistas e conselho de administração numa ponta, planejamento e gestão estratégica na outra e o CEO que transita entre as duas extremidades. “Muitas vezes as famílias não estão preparadas para receber profissionais, ainda que tenham carreiras brilhantes. Governança é alinhamento e esse é o papel do CEO”, frisou. Ele afirma ainda que ter profissionais integrando conselhos de outras companhias enriquecem ainda mais as empresas, trazendo diversidade e novas visões para o negócio. “Meu avô já dizia que o papel de uma empresa é gerar resultados e manter seus postos de trabalho, é assim que a gente vem atuando”, finalizou.

Jorge Freitas, que preside o conselho de administração da Intelbras, revela que a empresa não emprega familiares. “Formamos uma holding para apoiar a administração do negócio. Em 2019, passamos a contar com um sócio chinês e, em 2021, fizemos o IPO. Na sequência, estruturamos o conselho de família, o protocolo familiar e, recentemente, o governance officer”, detalhou Freitas, que revelou o desejo de “passar o bastão” em breve. Elisa Olsen, vice-presidente da Olsen, mediou as discussões sobre governança corporativa lembrando que negócios familiares são ainda mais desafiadores. “A gente precisa dar um primeiro passo e muitas vezes a gente não quer gerar conflitos na família, quer que o patrimônio se perpetue por mais anos e isso acaba motivando a constituição de um conselho de governança”, comentou Elisa. Decio, da Weg, complementou informando que o aculturamento da família para o negócio é primordial. “Que bom quando na família temos pessoas preparadas, com cultura de acionista, de preservar o capital para seguir crescendo”.

Papel dos conselhos foi debatido em painel do Radar Reinvenção na Fiesc

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