Desempenho fiscal condicionará economia em 2023

Trajetória das economias da Europa, EUA e China também serão fundamentais para Fiesc

“Para continuarmos crescendo, é fundamental manter o controle do gasto público. Isso é crucial para trazer estabilidade no médio e longo prazos e dar segurança para quem quer investir no Brasil”, defende Aguiar

O desempenho das contas públicas e o cenário internacional vão condicionar o comportamento da economia em 2023, avalia o presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Mario Cezar de Aguiar. Em coletiva à imprensa, nesta quarta-feira (7), ele salientou que o setor foi preponderante para o desempenho da economia do estado, que gerou 125 mil empregos formais até outubro. Santa Catarina também manteve a menor taxa de desemprego do país (3,8%) e registrou recorde nas exportações (US$ 11,1 bilhões) e importações (US$ 26,6 bilhões) até novembro. “Contudo, para continuarmos crescendo, é fundamental manter o controle do gasto público. Isso é crucial para trazer estabilidade no médio e longo prazos e dar segurança para quem quer investir no Brasil”, afirma.

Em sua apresentação, Aguiar salientou que é preciso monitorar a trajetória da taxa de juros brasileira, o desempenho das economias da Europa, Estados Unidos e China e a guerra Rússia-Ucrânia. “Hoje os juros estão num patamar elevado (13,75% ao ano), o que explica boa parte da dificuldade de crescimento da atividade industrial catarinense e brasileira – em especial a produção de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos e automóveis, que dependem de crédito”, explica. No caso da produção industrial catarinense, a queda foi de 3,9% no acumulado do ano até setembro.

Em relação às economias dos Estados Unidos e da Europa, a inflação tem mostrado forte resistência. A taxa de juros norte-americana deverá seguir com níveis historicamente elevados. Isso traz incertezas sobre a trajetória do crescimento mundial, com impactos importantes nas economias emergentes e nos preços de commodities. Os Estados Unidos são o principal destino dos embarques catarinenses e responderam por 18,1% das exportações realizadas até novembro. A Europa é o segundo principal mercado, com uma fatia de 14,3% no período.

Em relação à China, a política de lockdowns tem reflexos importantes na economia global. No Brasil, ela impacta os preços de commodities, especialmente o minério de ferro, que tendem a cair quando há retração da atividade produtiva chinesa. Também influencia no desabastecimento de insumos e produtos, o que impacta a inflação. Por outro lado, o Brasil e Santa Catarina podem ampliar o fornecimento de bens ao exterior, tendo em vista o movimento de “desglobalização” em curso, com perspectiva de migração de fornecedores globais, até o momento fortemente concentrados na Ásia, para países mais próximos dos mercados consumidores.

Santa Catarina
Além do desempenho positivo no emprego, Santa Catarina também manteve, no terceiro trimestre de 2022, as menores taxas de subutilização da força de trabalho (6,8%) e de informalidade do país (25,9%). No comércio internacional, registrou aumento de 26% na exportação de produtos intensivos em tecnologia e expansão em todos os grupos econômicos mundiais. O índice de intenção de investimento na indústria segue acima da média nacional (58 pontos em SC contra 53,5 pontos da média nacional). O estado também possui a sexta maior participação no PIB nacional, que nos últimos dez anos passou de 4% para 4,6%. “Isso mostra que a indústria tem papel fundamental para a sustentação do crescimento econômico catarinense”, completou Aguiar.

Trajetória das economias da Europa, EUA e China também serão fundamentais para Fiesc

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