Setor registrou crescimento de 18,3% em 2021, impulsionando a busca por qualificação
A tecnologia da informação (TI) foi o segundo segmento que mais cresceu no país em 2021. Nos últimos três anos foram abertos no Brasil 80,8 mil CNPJs de empresas de TI. Desses, 93,7% eram microempresas. São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte foram as cidades com o maior número de novos CNPJs em TI. Os dados são da plataforma de inteligência de vendas Cortex. A demanda por mão de obra especializada é uma das principais consequências desse crescimento. De acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o setor teve alta de 18,3% em 2021. A entidade aponta que a demanda por profissionais nas áreas de software e serviços de TI será de 800 mil vagas até 2025.
Na capital paranaense, a Datalege Consultoria Empresarial, fundada há três anos em razão da Lei Geral Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) percebe forte demanda por um novo perfil profissional: o DPO (Data Protection Officer) – ou encarregado de dados, responsável pela interface entre a empresa, os órgãos governamentais e os titulares dos dados pessoais. “O DPO já é uma função estratégica nas empresas. É um profissional que precisa ter bastante conhecimento na área de TI, mas também conhecer profundamente a legislação brasileira. Com isso, muitas pessoas que atuavam antes em setores como engenharia ou direito resolveram investir nessa carreira, atraídas principalmente pelos altos salários”, destaca Mario Toews, sócio-diretor e instrutor da empresa.
O salário médio desse profissional no Brasil é de R$ 19,6 mil, segundo o site Vagas.com, especializado em recrutamento profissional. O salário inicial está em R$ 16,6 mil e pode chegar a R$ 21,4 mil. Os valores estimulam a busca por formação especializada e em três anos a Datalege contabiliza mais de 500 profissionais no curso de DPO.
O especialista em negócios Diógenes Malaquias, CEO do Grupo Gether, uma holding com 13 empresas, destaca que a pandemia da Covid-19 acelerou o emprego de mais tecnologia por empresas de todos os setores. E a demanda por profissionais deve seguir crescendo em ritmo superior ao da oferta de mão de obra. Para Malaquias, pelo menos metade das vagas disponíveis permanecem abertas. “Falta programador no mercado. A gente está vivendo um assédio muito grande do mercado externo, humanamente impossível competir. E as empresas já estão tendo de formar um desenvolvedor lá na base, pois elas não conseguem mais contratar. A profissão de desenvolvedor hoje é o médico de 20 anos atrás. No desenvolvimento de software, cada ano que passa vai faltar mais ainda, por que a demanda está muito superior à oferta”, pontua.
Mercado curitibano
Em 2021, a capital paranaense conquistou o título de cidade mais inteligente da América Latina com o Vale do Pinhão, o ecossistema de empreendedorismo e inovação. De acordo com estimativas da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, a cidade conta com pelo menos 15 aceleradoras e incubadoras, 14 Centros de Pesquisa e Inovação e cinco universidades tecnológicas. Em toda a Região Metropolitana existem mais de 1,4 mil startups, segundo o Mapeamento das Startups Paranaenses 2020/2021. Além disso, dos 21 “unicórnios” – empresas de tecnologia avaliadas em mais de US$ 1 bilhão – brasileiros, três estão na capital paranaense: Ebanx, MadeiraMadeira e Olist.
Além do reconhecimento internacional, empreendimentos que surgiram nos últimos anos ajudaram a cidade a garantir o status de “ambiente favorável à inovação”. Em 2021, Curitiba foi escolhida como a cidade Mais Inteligente da América Latina (Latan Smart City Award), a Mais Empreendedora do País (Ranking Connected Cities) e seu Plano de Retomada Econômica foi eleito um dos seis mais inovadores do mundo (World Smart City Awards).
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