Em janeiro do ano passado, o consumo teve alta de 12%
O consumo das famílias brasileiras teve alta de 1,2% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2021, segundo levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Em relação a dezembro de 2021, o Índice Nacional de Consumo nos Lares Brasileiros teve queda de 21,2%.
Para o vice-presidente administrativo e institucional da Abras, Marcio Milan, o crescimento abaixo do esperado para o ano no primeiro mês acontece pela diferença de cenário. Ele lembra que no início de 2021, devido às restrições para conter a pandemia de covid-19, os supermercados representavam poucas formas de compra para diversos tipos de produtos. “O consumidor só conseguia se abastecer indo ao supermercado”, enfatizou. Em janeiro do ano passado, o consumo teve alta de 12%.
Guerra na Ucrânia
Em 2022, a estimativa da Abras é que o consumo das famílias cresça 2,8%. Milan pondera, no entanto, que a guerra na Ucrânia traz incertezas. “A gente acredita em uma negociação, que esse caminho da paz vai chegar”, diz ao comentar que, por enquanto, as previsões são otimistas em relação ao conflito no leste europeu. No momento, produtos importantes já sofrem os impactos da guerra. De acordo com o levantamento da Abras, o trigo já teve alta de 46,2% na cotação na Bolsa de Valores de Chicago. O milho teve elevação de 11,9% e a soja de 11%. Esses aumentos podem, segundo Milan, ter reflexos nos preços nos próximos meses.
“Esses aumentos dos custos de produção, decorrentes dos aumentos dos insumos no mercado interno e externo, somado a fatores como os preços dos combustíveis e da energia, tendem a serem repassados para o consumidor. Tudo vai depender dos níveis de estoque e do momento das compras de cada um”, avaliou.
Entre os fatores que devem puxar o aumento do consumo este ano, Milan destaca a melhora nos níveis de emprego e o Programa Auxílio Brasil. O vice-presidente da Abras também espera que algumas categorias de trabalhadores consigam reposição salarial das perdas da inflação. “As convenções coletivas de trabalho vão ser incorporadas ao longo do ano. A reposição da inflação é algo que está sendo muito discutido”, acrescentou.
A cesta com os 35 produtos mais consumidos em supermercados registrou alta nos preços de 11,5% em janeiro em relação ao mesmo mês de 2021. As maiores altas foram da cebola (12,4%), da batata (9,6%), do tomate (6,2%) e do café moído (4,7%). A alta de preços tem levado, segundo Milan, os consumidores a buscarem marcas e produtos mais baratos.
“O consumidor muito rapidamente vem se adaptando fortemente. Ele está vendo que para manter o consumo ele teve de trocar de marcas. Isso a gente está vendo em todos os produtos que compõe a cesta básica”, analisou. A carne bovina, por exemplo, tem sido substituída pelos ovos e frango.
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Com Agência Brasil
Em janeiro do ano passado, o consumo teve alta de 12%