BNDES financia usina de biometano em aterro na região Sul

É o primeiro financiamento com recursos do Fundo Clima. Projeto fica em Minas do Leão, no Rio Grande do Sul

Implantado no Aterro Minas do Leão, que atende 123 municípios, projeto deve evitar emissões de 50 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou financiamento no valor de R$ 99,8 milhões para a implantação de uma usina de produção de biometano no aterro sanitário Minas do Leão, localizado na cidade homônima, a 80 quilômetros de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Atualmente, o aterro recebe resíduos sólidos de 123 municípios, incluindo a região metropolitana da capital. A estimativa é de que a unidade tenha capacidade de produzir até 66 mil metros cúbicos por dia de biometano, combustível sustentável semelhante ao gás natural. A expectativa é de que o projeto evite, anualmente, emissões de gases de efeito estufa de aproximadamente 50.000 tCO2e (50 mil toneladas de CO2 equivalentes). Esse é o primeiro financiamento do BNDES com recursos do Fundo Clima para produção de biometano a partir de resíduos sólidos urbanos. A iniciativa terá R$ 56,5 milhões do Programa Fundo Clima, complementados por R$ 43,2 milhões do BNDES Finem.

“A operação é um marco para o BNDES, pois usa os recursos do Fundo Clima para um projeto que conjuga transição energética com o aprimoramento da destinação dos resíduos sólidos urbanos”, considera Luciana Costa, diretora de infraestrutura, transição energética e mudança climática do BNDES. A planta tem inauguração prevista para o segundo semestre de 2024, e o gás gerado será adquirido pelo Grupo Ultra, segundo contratos de compra já firmados. Os clientes finais serão, em sua maioria, empresas do setor industrial, que receberão o combustível na forma de gás natural comprimido, via modal rodoviário. O apoio do BNDES corresponde a cerca de 80% do investimento total de R$ 125,3 milhões que será realizado pela Biometano Sul S/A, sociedade de propósito específico criada para a produção de biometano no local, com controle do Grupo Solví e da consultoria Arpoador Energia.

O Aterro Minas do Leão é operado pela CRVR Riograndense Valorização de Resíduos S/A, pertencente ao Grupo Solví. De toda a região atendida, oito municípios representaram 75% do total de resíduos recebidos em 2022. A produção ocorrerá em planta de purificação, que recebe o biogás gerado pela decomposição da matéria orgânica do aterro sanitário por micro-organismos, para conversão em biometano. A tecnologia que será utilizada na planta da Biometano Sul, conhecida como Water Wash, separa o CO2 dos demais gases presentes e concentra o metano em aproximadamente 96% de sua composição, para atender às especificações do órgão regulador, a Agência Nacional do Petróleo (ANP). 

É o primeiro financiamento com recursos do Fundo Clima. Projeto fica em Minas do Leão, no Rio Grande do Sul

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