Erasmo Carlos Battistela, CEO da BSBIOS, defendeu na COP 26 a necessidade de os países incentivarem os biocombustíveis para uma matriz energética mais limpa
O Brasil já comprovou que os biocombustíveis têm um papel concreto e imediato para a transição energética global para uma matriz mais limpa. Essa foi a mensagem de Erasmo Carlos Battistela, CEO da BSBIOS, durante a apresentação “Biocombustíveis – uma solução real”, realizada nesta quarta-feira (3) no Pavilhão Brasil da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021 (COP 26). Battistella destacou a experiência da trajetória brasileira, o que permitiu ao país ter 25% da matriz com uso de biocombustíveis, sendo 5% com biodiesel.
“No Brasil, os biocombustíveis são vistos como uma energia limpa e sustentável para o futuro, fruto de uma bonita história de políticas públicas e investimentos privados que desenvolveram esse patrimônio nacional e levaram o país a ser referência mundial”, revelou Battistella. Só a BSBIOS já produziu, desde 2011, 4,9 bilhões de litros de biodiesel, o que corresponde a 9,4 milhões de toneladas de CO2 evitados.
“Precisamos que a COP 26 reconheça esse protagonismo em um cenário de sustentabilidade para que o produto esteja contemplado imediatamente nas políticas públicas em vários países, gerando um ar mais limpo nas grandes cidades e empregos verdes no campo”, analisou. “Os biocombustíveis têm um custo, mas qual o custo real de não se investir em descarbonização? Qual seria o custo de não ter biodiesel no Brasil?”, questionou.
O empresário também destacou a importância de convencer os investidores institucionais e os setores financeiros a comprometer quantias significativas de capital no combate às mudanças climáticas. O próprio ECB Group já está explorando o potencial dos biocombustíveis da segunda onda por meio do projeto Omega Green, um investimento de US$ 1 bilhão em uma biorrefinaria de biocombustíveis avançados no Paraguai, com início de operação previsto para 2025.
A iniciativa será a primeira desse tipo no hemisfério sul para produção do diesel renovável HVO (Hydrotreated Vegetable Oil), o combustível renovável para aviação (Synthetic Paraffinic Kerosene – SPK), também conhecido como Sustainable Aviation Fuel (SAF) e o Green Naphtha [usado na indústria química para fazer plástico verde, entre outros produtos].
Além disso, a companhia já fechou contratos de venda de parte da produção da Omega Green para Shell e BP. Bem como investiu na aquisição de matérias-primas com um contrato para aquisição de óleo pongâmia, matéria-prima originada de modelo de conservação e reflorestamento baseado nos princípios do Sistema Silvipastoril (SSP), combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa mesma área, ao mesmo tempo, e manejados de forma integrada.
“Somos contra o desmatamento e entendemos que os biocombustíveis é uma rota para recuperação de áreas degradadas”, destacou Battistella.”Esse projeto é feito por pessoas e para as pessoas em primeiro lugar. Não quero ser cobrado pelas minhas filhas por não ter colaborado na luta por um mundo com menos poluição e aquecimento”, completou.
Carbono Neutro até 2030
Com foco de atuação nas áreas do agronegócio e de energia renovável, o planejamento estratégico do ECB Group definiu o foco do investimento em negócios sustentáveis com o objetivo de ser o maior produtor de biocombustíveis avançados da América Latina até 2025. Outra parte importante do planejamento é fomentar negócios que posicionem a organização entre as três maiores produtoras de biocombustíveis do mundo, além de se tornar Carbono Neutro até 2030.
Alguns países categorizam os biocombustíveis como uma energia de transição, mas eles têm um papel muito maior do que isso. “O produto está pronto para cumprir sua missão na transição da matriz energética com baixo custo de investimento e sem a necessidade de mudanças estruturais – uma solução ideal para os grandes centros urbanos”, explicou Battistella.
É importante notar também que o aumento da produção de biocombustíveis ajuda a impulsionar a produção de alimentos. Isso porque o farelo resultante dessa produção é usado na produção de proteína animal. A América Latina tem potencial para produzir muito mais matéria-prima para biocombustíveis e terá um papel importante na redução das emissões globais, sem afetar a floresta.
Quer saber mais sobre sustentabilidade?
Receba diariamente a newsletter do Grupo AMANHÃ. Faça seu cadastro aqui e, ainda, acesse o acervo de publicações do Grupo AMANHÃ.
Erasmo Carlos Battistela, CEO da BSBIOS, defendeu na COP 26 a necessidade de os países incentivarem os biocombustíveis para uma matriz energética mais limpa