Estimativa de alta também cresceu para 2023
Pela sétima vez consecutiva, os bancos elevaram suas projeções para o mercado de crédito neste ano, revela a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas. A projeção de crescimento da carteira total para este ano passou de 13,9% na pesquisa anterior (setembro) para 14,1%, valor muito próximo à atual projeção do Banco Central, de alta de 14,2%. Para 2023, a média das projeções para a expansão da carteira total subiu para 8,4% ante 8% no levantamento anterior. A pesquisas, realizada com 20 bancos entre 3 e 8 de novembro, é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e reúne as percepções das instituições financeiras sobre o documento do Banco Central e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito no ano corrente e no próximo.
“Para este ano, a revisão positiva se deve à melhora das expectativas da atividade econômica, ao crescimento maior do que o esperado do mercado de crédito, além da reedição dos programas públicos de crédito, como Pronampe e FGI-Peac, que seguem com demanda alta”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da entidade. “Já para 2023, a expectativa de alta na carteira direcionada se elevou ligeiramente, passando de 6% para 6,1%, mas na carteira com recursos livres, o ajuste foi relevante, passando de 9,3% na pesquisa anterior para 10% nesta última edição”, complementa. Segundo ele, “esta nova revisão positiva reforça, mais uma vez, a capacidade do setor bancário de manter e ampliar a oferta de crédito, que foi uma das alavancas que permitiu este desempenho positivo da economia em 2022”.
A projeção de expansão da carteira com recursos direcionados também subiu, de alta de 9,3% (em setembro) para 10,2%. A projeção para a carteira pessoa física direcionada passou de 12,8% para 13,1%, devido ao forte crescimento do crédito rural. Já a expectativa de alta da carteira pessoa jurídica passou de 5,1% para 5,3%, com as projeções se ajustando à nova rodada dos programas públicos de crédito. Entretanto, a pesquisa mostra que houve piora das expectativas para a inadimplência da carteira livre. Para este ano, a projeção subiu de 3,9% (em setembro) para 4,3%, enquanto para 2023 avançou de 4,2% para 4,6%. Atualmente, a inadimplência desta carteira está em 4%.
A pesquisa mostra que não houve alterações quanto à perspectiva de início do processo de flexibilização monetária. A maioria dos participantes (60%) dos participantes segue esperando que o início da flexibilização monetária ocorra a partir do 2º trimestre de 2023 (reuniões de maio ou junho), enquanto os demais (40%) acreditam que esse movimento aconteça no 3º trimestre. Assim, a mediana das projeções prevê que a taxa Selic fique estável em 13,75% até maio de 2023. Em junho, quando começaria o ciclo de flexibilização monetária, a Selic cairia 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
Estimativa de alta também cresceu para 2023