Banco Central eleva a taxa Selic para 11,75% ao ano

Copom antevê outro ajuste da mesma magnitude em maio

O Copom avalia que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques

Com pelo menos 45 minutos do horário previsto, um atraso fora do comum, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou nesta quarta-feira (16) que resolveu, por unanimidade, elevar a taxa de juros básica, a Selic, para 11,75% ao ano. O ajuste foi de um ponto percentual, como aguardado pelos agentes de mercado. A elevação, no entanto, foi mais branda do que a adotada nas últimas três reuniões, quando a autoridade monetária promoveu elevações de 1,5 ponto percentual na Selic.

“O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2022 e, principalmente, o de 2023. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, destaca o documento tornado público depois da reunião.

Em outro trecho, o anúncio lembra que a atuação do Comitê visa combater os impactos secundários do atual choque de oferta em diversas commodities, que se manifestam de maneira defasada na inflação. “As atuais projeções indicam que o ciclo de juros nos cenários avaliados é suficiente para a convergência da inflação para patamar em torno da meta ao longo do horizonte relevante”, sublinha o relatório.

O Copom também avalia que o momento exige serenidade para avaliação da extensão e duração dos atuais choques. “Caso esses se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, prevê o documento.

Para a próxima reunião, nos dias 3 e 4 de maio, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude. “O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, ressalta o anúncio.

Copom antevê outro ajuste da mesma magnitude em maio

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