Pesquisa da Fiergs revela recuo de 2,4% em abril
Sem crescer há cinco meses e depois de terminar o primeiro trimestre praticamente estável, o Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS), divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), voltou à trajetória negativa em abril. Recuou 2,4% em relação a março, com ajuste sazonal. A atividade industrial gaúcha, medida pelo IDI-RS, acumula baixa de 9,3% em seis quedas nos últimos oito meses. Está no menor patamar desde maio de 2021, mas ainda 5,2% acima do nível anterior ao da pandemia, em fevereiro de 2020. “A conjuntura econômica, sobretudo os elevados níveis de juros e de incerteza, a demanda doméstica insuficiente e a perda da confiança empresarial mantêm as dificuldades e as perspectivas pouco favoráveis para a atividade do setor nos próximos seis meses”, afirma o presidente da federação, Gilberto Perty, por meio de nota.
A pesquisa mostra que o balanço de 2023 até aqui é negativo para a atividade industrial, com volatilidade e perdas significativas ante o mês imediatamente anterior, com o ajuste sazonal, que vêm desde setembro do ano passado. Além disso, as quedas interanuais são generalizadas. O IDI-RS é formado por seis componentes que evoluíram em sentidos opostos na passagem de março para abril. A principal influência na sua queda veio do faturamento real (-8,6%), impactado também pela utilização da capacidade instalada, que caiu 2,2 pontos percentuais e atingiu 77,8%, e pelas compras industriais (-2,9%). Por outro lado, cresceram as horas trabalhadas na produção, 1,2%; o emprego, 0,4%, o que não ocorria desde setembro do ano passado, e a massa salarial real, 1,1%.
Na comparação anual de 2023 com iguais períodos de 2022, também houve recuos do IDI-RS de 4,7% em abril (o quarto seguido na comparação com o mesmo mês do ano anterior), e de 2,7% no acumulado dos primeiros quatro meses. A queda da atividade industrial até abril de 2023 é disseminada, atingindo quatro dos seis componentes do IDI-RS e 11 dos 16 setores analisados. Já nas análises de setores, produtos de metal, com retraçado de 7,7%; químicos, derivados de petróleo e biocombustíveis, com queda de 6,2%; e máquinas e equipamentos, que caiu 3,5%, foram os principais impactos negativos no desempenho da atividade industrial gaúcha no acumulado do ano entre janeiro e abril. As maiores contribuições positivas, ao mesmo tempo, vieram de couro e calçados (+3,2%) e equipamentos de informática e eletrônicos, com 9,1% de crescimento.
Pesquisa da Fiergs revela recuo de 2,4% em abril