Associados da Coagrisol aprovam incorporação pela Cotrijal

Quando a incorporação for homologada, a única coisa que mudará será a marca, que gradualmente deixará de existir

José Luiz Leite dos Santos (na foto, à esquerda) revela que a Coagrisol vive uma carência histórica de necessidade de investimentos, e mesmo estando sólida, tem pouca capilaridade para seguir crescendo

Em um ato já considerado histórico para o cooperativismo agropecuário gaúcho, os associados da Coagrisol deliberaram em assembleia geral extraordinária realizada nesta quinta-feira (23) pela aprovação da incorporação da cooperativa sediada em Soledade pela Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial, que tem sede em Não-Me-Toque.

O encontro aconteceu em Soledade, contando com cerca de 200 cooperados presentes, bem como os conselhos de administração e fiscal da Coagrisol e os dirigentes das duas cooperativas. No ato, foram apresentados os motivos para a incorporação e o resultado de reuniões de debates já feitas com associados. Na votação, foram praticamente 100% dos votos favoráveis a incorporação, com apenas um voto contrário.

Através desta incorporação, a Cotrijal assumirá todos os bens, direitos e obrigações da Coagrisol, onde os associados migrarão para a cooperativa que tem sede em Não-Me-Toque, sem perder absolutamente nenhum bem ou direito. Esta união vem sendo estudada e planejada deste agosto deste ano, quando as cooperativas firmaram uma aliança de intercooperação.

Com a aprovação feita pela Coagrisol, a Cotrijal também colocará o tema em apreciação de seus associados em assembleia geral extraordinária que acontecerá às 14h desta quinta-feira. Caso aprovado, será formada uma comissão com três associados de cada cooperativa para elaborar um parecer sobre a incorporação, que será apreciado em uma assembleia conjunta das cooperativas previsto para acontecer em fevereiro de 2022, selando assim a incorporação.

Conforme o presidente da Coagrisol, José Luiz Leite dos Santos (na foto, à esquerda), a cooperativa, que tem 52 anos de atividades, vive uma carência histórica de necessidade de investimentos, e mesmo estando sólida, tem pouca capilaridade para seguir crescendo. “Somos uma cooperativa forte, porém limitada, e diversos estudos internos e externos mostram que a união é único caminho pelo qual poderemos crescer em escala e com isso também impulsionar os nossos associados. Foi uma decisão difícil, mas construída com muita clareza, seriedade e compromisso de honrar o legado de nossos precursores, mas também garantir a continuidade de nossas atividades com solidez”, afirma.

Leite pontua que a decisão pela incorporação foi debatida com os sócios através de reuniões realizadas desde o início do mês, onde a aprovação foi superior a 90% e selada com a aprovação na assembleia extraordinária. Segundo o dirigente, o cooperado entendeu que a cooperativa tem necessidades e encontrou uma excelente oportunidade. “Não é comum termos este tipo de movimento, pois ambas as cooperativas estão fortes conforme suas proporções. Decidimos não esperar outros fatores como uma possível estiagem e outros movimentos de mercado para tomar esta decisão, fazendo com que o produtor associado não perda absolutamente nada, pelo contrário, apenas ganhe” finaliza.

Ambos os dirigentes das cooperativas lembram que para o produtor da Coagrisol, quando a incorporação for homologada, a única coisa que mudará será a marca, que gradualmente deixará de existir. Demais aspectos como cota capital, saldos de produtos, contas a pagar e receber serão integralmente mantidos, apenas migrados da Coagrisol para a Cotrijal. Da mesma forma, as unidades e equipes de funcionários serão mantidos sem alterações, apenas passando a ter a denominação da Cotrijal.

Nei César Manica (na foto, à direita), presidente da Cotrijal destaca que esta união irá ser um marco para o cooperativismo gaúcho e brasileiro. “O mercado mundial tem nos mostrado diversos aspectos que tornam esse momento como primordial para esta união. Estamos nos somando para agregar ainda mais valor ao agronegócio e garantir o futuro de nossas propriedades e produtores de forma sustentável, arrojada e com todos os diferenciais que o cooperativismo apresenta. Todos os produtores podem ter certeza de que cresceremos juntos, pois juntos somos mais fortes”, declarou.

A Cotrijal é a maior cooperativa do Rio Grande do Sul. Em 2020, fechou com faturamento histórico de R$ 2,4 bilhões, registrando um crescimento médio de 19% nos últimos cinco anos. Fundada em 1957, está presente em 35 municípios do estado. Fundada em setembro de 1969, a Coagrisol está em 28 municípios gaúchos, conta com estruturas próprias e arrendadas para recebimento, secagem e armazenagem de cereais e comercialização de insumos. Em 2020, a cooperativa teve faturamento de R$ 871 milhões.

A Cotrijal é a 72ª maior empresa da região e também a 28ª maior do Rio Grande do Sul. A Coagrisol é a 216ª maior empresa da região e também a 85ª maior do Rio Grande do Sul. Os dados fazem parte do ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Leia o anuário completo clicando aqui, mediante pequeno cadastro.

Quando a incorporação for homologada, a única coisa que mudará será a marca, que gradualmente deixará de existir

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