Só em 2021, o insumo para o setor acumula alta de 82%
A projeção de reajuste de 48% na tarifa do gás natural a partir de 1° de janeiro de 2022 preocupa a indústria de Santa Catarina. A estimativa de aumento é da SCGás e o percentual precisa ser aprovado pela Agência Reguladora (Aresc). Só em 2021, o insumo para o setor industrial acumula alta de 82%.
“O gás é um insumo fundamental para a indústria. Em alguns setores, ele representa até 30% do custo de produção. As empresas não têm como absorver um aumento dessa magnitude. Elas já enfrentam alta no preço das matérias-primas. O reajuste do gás é mais um componente que se soma a esse ambiente adverso e que alimenta a inflação”, afirma o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, em nota.
O presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Fiesc, Otmar Müller, lembra que em 2021 entrou em vigor a lei que instituiu o novo mercado de gás no país, que possibilita a abertura do mercado a novos fornecedores e redução de custos, por exemplo.
“O fato é que isso não aconteceu. Existem novos fornecedores aptos, mas a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) não emitiu a tempo as regulações necessárias para o uso e a precificação dos gasodutos. Isso impede que novos fornecedores possam assegurar a entrega do gás à SCGÁS. Assim, continua o monopólio da Petrobras no mercado brasileiro. Dessa forma, empurra-se para a indústria o peso de uma conta que não é dela. Não há como suportar”, escreveu, também em nota.
Só em 2021, o insumo para o setor acumula alta de 82%