Estados apresentaram metas e resultados do plano de agricultura de baixo carbono
Estratégias para elevar a resiliência e preparar culturas e propriedades para enfrentar os desafios climáticos e eventos extremos foram destaque no evento sobre descarbonização na agropecuária da região Sul que a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) recebeu nesta sexta-feira (3). O Simpósio Sul Brasileiro ABC+, organizado pelos grupos gestores estaduais do Plano ABC+, debateu práticas agropecuárias e florestais com foco na redução das emissões de gases de efeito estufa e também na fixação e sequestro de carbono provenientes da produção desse e de outros setores produtivos.
Para o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, a descarbonização é um tema fundamental para a competitividade do estado de Santa Catarina. “Somos destaque na agroindústria e nossa produção de proteína animal é referência em todo o planeta. Temos a responsabilidade de mostrar ao mundo que a descarbonização é um tema que não está só nas nossas metas, mas no nosso dia a dia, com as iniciativas que já estão implantadas e nos colocam na vanguarda”, salientou. De acordo com Aguiar, uma delas é Hub de Descarbonização Fiesc, iniciativa inédita que visa mobilizar os setores produtivos, governo, universidades e centros de pesquisa na formação de pessoas, em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para o uso em escala e novos modelos sociais, com foco em descarbonizar arranjos produtivos. “A agropecuária é parte indissociável de alguns dos nossos mais relevantes arranjos, como a indústria de proteína animal”, explicou.
Para o superintendente de agricultura e pecuária do Ministério da Agricultura (Mapa) em Santa Catarina, Fúlvio Rozar Neto, a capacitação de técnicos e produtores rurais para a adoção das melhores práticas agropecuárias sustentáveis pode garantir a Santa Catarina um protagonismo ainda maior. Na avaliação de Otamir Martins, presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o plano ABC+ é uma prioridade para o Sul. “Os três estados do Sul são responsáveis por 87% da produção animal exportada pelo Brasil. Precisamos mostrar que o tema está no centro da nossa atenção”, afirmou.
Valdir Colatto, secretário da Agricultura de Santa Catarina, destacou a importância do evento para disseminar conhecimento entre técnicos e agricultores, e ainda para mostrar para a sociedade que o agronegócio está fazendo sua parte na busca por soluções sustentáveis. O secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Giovani Feltes, salientou a importância do conhecimento técnico e da pesquisa para que se possa medir o real impacto das iniciativas e projetos protagonizados pela região Sul com foco na redução das emissões e na conservação do solo. “Só assim teremos um contraponto com embasamento técnico quando a sustentabilidade da agropecuária do Sul for questionada por parceiros internacionais. Poderemos mostrar que nossas práticas são responsáveis”, explicou.
Estados apresentaram metas e resultados do plano de agricultura de baixo carbono