Anfavea teme os efeitos da calamidade no RS, que já estão afetando fábricas de veículos
O mês de abril fechou com patamares elevados de vendas e produção, comprovando a manutenção do ritmo de recuperação do mercado brasileiro. A produção de 222,1 mil unidades foi a melhor desde agosto do ano passado, período em que as vendas estavam elevadas em função da MP 1.175, programa de descontos oferecido pelo governo federal. Em 2023, só em três meses a produção superou a casa das 220 mil unidades. Com esse salto em abril, a produção acumulada no quadrimestre chegou a 760,1 mil unidades, 6,3% acima do mesmo período do ano anterior, de acordo com o balanço divulgado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na comparação com março, a produção subiu 13,5%. Já contra abril de 2023, a elevação foi de 24,2%.
As vendas internas em abril atingiram a marca de 220,8 mil veículos, alta de 17,6% sobre o mês anterior e de 37,4% sobre abril do ano passado. O acumulado do ano é de 735 mil unidades, volume 16,3% superior ao dos quatro primeiros meses de 2023. No ano passado, o patamar de 220 mil unidades só foi superado em julho, com estímulo do governo, e dezembro, tradicionalmente o mês mais aquecido de cada ano. O indicador que contrastou com esses bons resultados foi o das exportações. As 27,3 mil unidades embarcadas representaram queda de 16,4% em relação a março. No acumulado do ano, o volume de 109,6 unidades é 26% inferior ao do primeiro quadrimestre de 2023. A operação-padrão do Ibama, que há meses vem represando a liberação de licenças ambientais para veículos importados, também tem prejudicado as exportações na medida em que afeta a logística das rotas comerciais.
“Foi um mês bastante animador, sobretudo pela alta na produção, que começa a se beneficiar do aquecimento do mercado interno, mesmo com a elevada presença de produtos importados. Esperamos manter esse ritmo nos próximos meses, mas temos pela frente alguns pontos de alerta, como a redução do ritmo de queda dos juros e os efeitos da calamidade no Rio Grande do Sul, que já estão afetando fábricas de veículos, máquinas agrícolas e de importantes componentes usados por toda a cadeia automotiva”, afirmou o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite.
Anfavea teme os efeitos da calamidade no RS, que já estão afetando fábricas de veículos