Pix é o preferido dos brasileiros para transferências

No entanto, sistema precisa avançar como meio de pagamento, revela estudo da Minsait

O Banco Central planeja soluções adicionais alavancadas no Pix

Uma vez superada a fase mais difícil do Covid-19, o ecossistema de pagamentos digitais entrou em transição acelerada no desenvolvimento de capacidades entre o mundo físico e digital. De acordo com a 11ª edição do Relatório de Tendências de Meios de Pagamento, que foi apresentado pela Minsait Payments, a pandemia continua a impulsionar a adoção dos meios de pagamento sem contato. Embora o uso do dinheiro ainda esteja em alta, o cartão mantém seu destaque, enquanto o percentual da população que utiliza meios digitais alternativos de pagamento continua aumentando. As fintechs e bigtechs, originalmente considerados outsiders no meio financeiro, estão se tornando parte do ecossistema, ganhando massa crítica perante o sistema de bancos tradicionais.

Os bancos tradicionais começam a dar lugar a novas empresas que atuam na área financeira e de pagamentos, especialmente os “neobancos”. Desta forma, embora o banco continue a ser a entidade com a qual mais operações se realizam, 64,5% da população adulta bancarizada tem algum tipo de serviço ou produto financeiro ou de pagamentos e cobranças através de neobancos e 26,2% os consideram sua instituição financeira principal. Isso também é impulsionado pelo fenômeno da multibancarização, pois praticamente oito de cada 10 brasileiros bancarizados operam com duas ou mais instituições bancárias.

As fintechs estão aumentando sua presença atraindo clientes por meio de propostas que eliminam taxas, excelente UX (experiência do usuário nos apps) e planos agressivos de expansão de mercado. Porém, no lado da receita, o lucro de comissões (incluindo assinaturas Premium) é baixo e insuficiente para cobrir os custos. Nesse ponto, o desafio para elas é grande para se equiparem a grandes bancos, pois devem ser desenvolvidos serviços bancários típicos, como financiamento, gestão de patrimônio e banco pessoal, o que implica a adoção e cumprimento de obrigações regulatórias, aumento da capacidade de gestão de risco e atendimento ao cliente.

Brasil encabeça a lista de países que mais usam cartões
No conjunto de treze países incluídos no Informe, havia mais de 1,5 bilhão de cartões em circulação, sendo que dois em cada três são cartões de débito e quase a metade corresponde ao mercado brasileiro e, considerando apenas o crédito, o Brasil concentra mais da metade. O relatório cita que o Pix está efetivamente mudando o cenário de pagamentos no Brasil, que já está consolidado em transferências entre contas (P2P), mas não tanto em pagamentos. Ainda há um caminho a percorrer para sua adoção no segmento P2B porque o Pix ainda não está integrado aos equipamentos dos lojistas. Por isso, a conciliação e outras necessidades ainda precisam ser feitas fora do seu sistema. Mas a ferramenta está em evolução. O Banco Central planeja soluções adicionais alavancadas no Pix. Estão por vir o Pix Cartão, Pix Offline ou Pix por aproximação, para permitir pagamentos sem a necessidade de conexão à Internet com cartão pré-pago e o Pix agendado para agendar pagamentos de uma conta com Pix.

Celular é o dispositivo mais usado para compras e serviços
Entre computador, tablet e smartphone, este último predomina no Brasil para envio de dinheiro e compras no e-commerce. O uso do celular saltou de 74,3% em 2020 para 82,8% em 2021. O computador pessoal tinha uso de 55,7% em 2020 e caiu para 51,3% em 2021. Já o tablet tem uso bem mais tímido, mas, mesmo assim, aumentou de 4,3% em 2020 para 5,3% em 2021. O relatório confirma que a pandemia multiplicou por quatro o uso de pagamentos sem contato P2B, tanto de cartões quanto de celulares, para o qual contribuiu o aumento dos limites de R$ 50 para R$ 200 para pagamentos sem PIN.

Em abril de 2021, o Banco Cenrtral abriu caminho para o WhatsApp permitir que seus usuários enviem e recebam dinheiro. Mas, para crescer, o WhatsApp Pay precisa estar presente como está dia a dia, inclusive profissional, em todo o sistema de pagamentos, em todas as bandeiras, emissores e adquirentes, e sua integração com os pagamentos especialmente para pequenas empresas. A nova cadeia de valor de pagamentos é moldada para crescer com base em dados e nas capacidades preventivas, preditivas e prescritivas da inteligência artificial. A Internet das Coisas e o Open Banking significarão avanços na oferta de soluções transparentes e omnichannel aos usuários, com os consequentes novos modelos de negócios baseados em novos casos de uso.

Open Finance avança para outros produtos
No Brasil, em conjunto com o projeto Pix, o Banco Central lançou em 2019 seu modelo de Open Banking. O processo já está avançado e na última fase começa com a expansão de produtos e serviços financeiros, como operações de câmbio, investimentos e seguros. De acordo com especialistas, a concorrência vai crescer, não só nas taxas de juros, mas também em modelos de negócios que favorecem o consumidor, com grande capacidade de melhorar o mercado, como varejistas que conhecem bem os padrões de consumo de seus clientes. Dessa forma, o Open Finance oferece a eles grandes oportunidades para crescer e personalizar sua oferta de produtos com acesso a dados financeiros.

Na análise dos dados do relatório, se prevê uma grande adoção de novas formas de pagamento como validação biométrica, pagamentos sem contato e virtualização. A tecnologia deve estar ao alcance dos usuários e, por esse motivo, a educação financeira e a alfabetização tecnológica são consideradas importantes desafios para bancos e fintechs, no sentido de desenvolvimento de soluções e infraestrutura que garantam o acesso à Internet e serviços financeiros para toda a população. Segundo o relatório, em meio às inovações dos sistemas de pagamentos, haverá muitas escolhas para o público:o consumidor irá preferir o que for mais confortável, e navegará entre o físico e o digital, refletido também nos pagamentos.

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No entanto, sistema precisa avançar como meio de pagamento, revela estudo da Minsait

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