Congresso nacional do setor discutiu caminhos para aumentar presença no mercado externo
Os desafios e oportunidades do mercado externo para designers e fabricantes de móveis foram umas das principais temáticas debatidas no 11º Congresso Nacional Moveleiro, que reuniu empresários e entidades do setor na terça-feira (2) e quarta (3) em Curitiba. Para os especialistas, a “brasilidade” está cada vez mais em alta no mundo. Por isso, o empresário brasileiro precisa estar atento às oportunidades abertas por esta tendência. “Esse é o momento do Brasil no mundo. Em um cenário de crises e conflitos, as pessoas querem – e precisam – da criatividade e da alegria brasileiras”, diz o coordenador de Indústria e Serviço da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Paulo Silva. “A brasilidade está em alta. Mas é preciso que o próprio brasileiro reconheça seu país, para que o mundo lá fora também o faça”, completa.
O mercado global é essencialmente dinâmico, exigindo constante investimento em inovação, na visão de Irineu Munhoz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). “Nossos esforços para integrar design de qualidade e gestão sustentável em cada peça e em cada processo estão definindo novos padrões na indústria moveleira. Dessa forma, a indústria de móveis brasileira não está apenas respondendo, mas ditando tendências internacionais.” Segundo os dados mais recentes divulgados pela Abimóvel, as exportações brasileiras de móveis e colchões tiveram avanço de 12% no mês de julho, em valores exportados, alcançando US$ 65,6 milhões na receita mensal. A atividade acumula uma alta de 1,3% entre janeiro e julho de 2024, na comparação com igual período do ano passado.Os números são do levantamento realizado pelo IEMI com exclusividade para o Projeto Setorial Brazilian Furniture, idealizado em parceria com a ApexBrasil.
A diretora geral da organização espanhola Conecta Barcelona, Patrícia Amaral, concorda que há muito espaço para a nossa indústria de móveis ao redor do mundo. Brasileira, ela mora há quase 20 anos na Espanha trabalhando na internacionalização de empresas espanholas para desenvolvimento de negócios nos Estados Unidos e no Brasil. Patrícia defende o fortalecimento dos ecossistemas para troca de boas práticas e busca de soluções conjuntas. “As empresas não podem se ver como concorrentes. Quem trabalha sozinho tem muito mais dificuldade de acelerar seus resultados”, ensina.
Projeto Comprador
Para fomentar os negócios do setor, foi realizado junto com o Congresso o “Projeto Comprador”, que promoveu encontros diretos entre mais de 50 indústrias brasileiras e 15 compradores internacionais. Realizadas pela Abimóvel em parceria com a ApexBrasil, por intermédio do Projeto Brazilian Furniture, as rodadas de negócios são projetadas para oferecer um espaço de integração num ambiente totalmente direcionado para o networking e a consolidação de parcerias.
“O Projeto Comprador vai além de um encontro comercial. A ação reflete a evolução do setor moveleiro nacional e sua capacidade de se adaptar às novas exigências de mercado, onde inovação, sustentabilidade e eficiência são mais valorizadas do que nunca. Com foco na geração de negócios internacionais, o evento reforça a posição do Brasil como um importante player global na produção de móveis, promovendo a competitividade das empresas nacionais e integrando-as a uma cadeia produtiva mundial. E o Congresso, claro, é um excelente palco para essa dinâmica”, finaliza Munhoz, presidente da Abimóvel.
Congresso nacional do setor discutiu caminhos para aumentar presença no mercado externo