Movelaria nacional assume compromisso com inovação e sustentabilidade

Congresso Moveleiro abre em Curitiba mostrando como tragédias climáticas exigem inovação e resiliência da indústria

Empresários defenderam que a indústria moveleira precisa investir cada vez mais em inovação e tecnologia

Sexta maior produtora de móveis do mundo, a indústria moveleira nacional discute em Curitiba, nesta terça-feira (1) e quarta-feira (2), como se tornar mais eficiente e competitiva baseada em princípios de ESG e nos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Para inspirar empresários de todo o Brasil, reunidos para o 11º Congresso Nacional Moveleiro, no Campus da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), dois empresários gaúchos falaram sobre a tragédia climática que arrasou o Rio Grande do Sul em maio deste ano, e o processo de reconstrução das vidas e da economia, tema principal do evento. 

“O Brasil nos abraçou e o Paraná foi o estado que mais nos ajudou”, confidenciou Euclides Longhi, diretor comercial do Grupo Multimóveis e presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs). Aplaudido pelos moveleiros, ao agradecer pelo apoio, Longhi contou como a enchente castigou brutalmente a região da Serra Gaúcha e as lições que ainda estão sendo aprendidas. Já o empresário Wágner Ávila, lembrou da rápida formação de um grupo de 300 voluntários, com 32 barcos, jet-skis e caminhonetes para salvar milhares de pessoas e de animais na Grande Porto Alegre. Emocionado, disse que o pai foi retirado de casa com a água pelo telhado, perdeu tudo, e hoje faz móveis com restos de madeira para pessoas carentes.

Eventos como esse que abalaram o Rio Grande do Sul, e que se tornam cada vez mais comuns, revelam a importância de a indústria moveleira na criação de ambientes seguros, confortáveis e funcionais, que ofereçam confiança e segurança para as pessoas. “Para isso, a indústria moveleira precisa investir cada vez mais em inovação e tecnologia, crescendo de forma consistente e sustentável”, defendeu Irineu Munhoz, presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e vice-presidente da Fiep, instituições organizadoras do congresso, que tem ainda o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). 

Um dos principais desafios da indústria nacional, incluindo o setor moveleiro, destacou Edson Vasconcelos, presidente do Sistema Fiep, é a empregabilidade: “Precisamos crescer e gerar empregos aumentando também nossa produção e produtividade, para que a pressão salarial não exerça tensão inflacionária sobre a economia”, ressaltou. Para tanto, observou o dirigente, o país deve trabalhar para eliminar barreiras que limitam a indústria, entre elas a questão tributária, a carência de infraestrutura e o alto custo Brasil.

Vitor Tioqueta, diretor superintendente do Sebrae Paraná, lembrou que o lançamento do Prêmio Design da Movelaria Nacional, durante o congresso moveleiro, propõe o tema “Ergonomia Sensorial”, abordagem que sintetiza uma ideia de bem-estar aliada à beleza, simplicidade e conforto. A intenção é ter um olhar da movelaria brasileira na reconstrução das vidas e da economia em regiões afetadas por catástrofes, de forma a aprofundar e traduzir em iniciativas concretas o debate levantado em Curitiba. As inscrições estão abertas até 11 de fevereiro de 2025, pelo site mkt.abimovel.com/premiodesign. Com seis categorias, o prêmio convida designers, arquitetos, estúdios de design, estudantes da área e fabricantes de móveis brasileiros de qualquer porte a repensarem soluções em mobiliário para a evolução do viver, contemplando critérios de viabilidade produtiva, econômica e ambiental. Os interessados podem inscrever projetos em mais de uma categoria.

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