Avanço de 0,4% sucede a quatro meses de quedas consecutivas
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aumentou 0,4% em abril, descontados os efeitos sazonais. Esse é o primeiro resultado positivo após quatro meses de queda. O índice, apurado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), fechou o mês em 103,1 pontos, na zona de otimismo, em que permanece desde agosto de 2023. A variação anual é de alta de 6,1%. Sobre o futuro, os consumidores estão otimistas. A perspectiva profissional aumentou 0,2% em abril, com 114,6 pontos, e a expectativa de consumo para os próximos meses cresceu 1,4%, atingindo 106,7 pontos. A avaliação sobre o acesso ao crédito ainda é negativa, com 94,1 pontos, mas houve aumento, em relação a março, de 0,9%. O único subindicador que diminuiu, no mês, foi o momento para compra de duráveis, que caiu 0,4% e é aquele com menor satisfação, na casa dos 67,1 pontos, mas está 20,3% acima do registrado no mesmo mês de 2023.
O início de uma possível retomada da curva de crescimento da ICF como um todo é atribuído à redução das taxas de juros para as pessoas físicas, o que reflete na redução da inadimplência dos consumidores. Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também realizada pela CNC, 28,6% das famílias estavam inadimplentes em março, percentual menor do que há um ano. O aumento da ICF em abril foi puxado, principalmente, pelas famílias com maior renda. Os grupos que recebem acima de dez salários mínimos informaram alta de 0,8% na intenção de consumir, enquanto os que têm renda menor que dez salários indicaram elevação de 0,4%.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, aponta, no entanto, que as famílias mais ricas estão mais satisfeitas com o crédito do que as que recebem menos. Em abril, enquanto o subindicador dos que recebem mais de dez salários mínimos atingiu 116,9 pontos, na zona de satisfação, o das famílias que ganham menos ficou em 88,8 pontos. “A curva ascendente, ainda que seja percebida nos dois espectros de renda, é mais acentuada para os que ganham mais”, explica Tavares. Ele avalia que, se, para os mais ricos, nos últimos 12 meses a satisfação vem subindo quase ininterruptamente, com apenas alguns períodos de queda das casas decimais, para os mais pobres, a regra vem sendo a oscilação.
Avanço de 0,4% sucede a quatro meses de quedas consecutivas