Inovação, um motor do crescimento econômico

Diego Ramos, presidente da Acate, conta neste artigo exclusivo como a tecnologia está criando as empresas mais valiosas de Santa Catarina

“Santa Catarina se destaca por ter criado um ambiente onde inovação e tecnologia são o motor do crescimento econômico, e esse sucesso tem sido notado por investidores de todo o mundo”, destaca Ramos

A inovação tecnológica tem sido o principal impulsionador do crescimento e da valorização das marcas ao redor do mundo. Gigantes de tecnologia já conhecidas há décadas como Apple, Microsoft e Google seguem entre as marcas mais valiosas, como mostra o ranking Best Global Brands 2024, da Interbrand. Simultaneamente, empresas como a NVIDIA vivem um salto de crescimento exponencial que as colocam entre as mais importantes da economia internacional, acompanhando a necessidade mundial por mais tecnologia, inovação e hardwares que possibilitem os avanços. Isso reflete uma mudança significativa no mercado, onde a capacidade de inovação e escalabilidade passou a definir o valor das empresas. A transformação digital não é mais apenas uma tendência, mas um fator decisivo para o sucesso a longo prazo.

No Brasil, as marcas mais valiosas ainda estão em setores tradicionais da economia como agronegócio, energia e construção. No entanto, mesmo os setores ditos tradicionais sentem a necessidade de ampliar o investimento em tecnologia e inovação para se adaptarem às novas demandas de mercado e manterem sua relevância. Não à toa, projetos de inovação aberta crescem com o objetivo de conectar corporates com a inovação nascida em startups — como o que acontece em Santa Catarina com o LinkLab, mantido pela Acate e que já soma mais de 450 projetos concluídos.

Santa Catarina, aliás, é reconhecidamente um polo de inovação e tecnologia no Brasil. Terra da Capital Nacional das Startups e com dois municípios — Florianópolis e Blumenau — no topo do ranking de venture capital para startups na América Latina. O ecossistema de tecnologia criado no estado tem se mostrado maduro e atraído cada vez mais investidores nacionais e estrangeiros que alavancam não apenas negócios em estágios iniciais, mas também empresas consolidadas que, com grandes aportes, colocam-se entre as marcas mais valiosas da economia catarinense ao lado de indústrias tradicionais.

Dois exemplos recentes são extremamente relevantes: uma das mais tradicionais empresas de tecnologia de Santa Catarina, a Softplan, acabou de concluir a captação de R$ 250 milhões em debêntures. Com mais de 30 anos de atuação, a empresa tem crescido mais de 20% por ano e se aproxima da receita anual de R$1 bilhão criando um ecossistema de soluções SaaS B2B. Nascida como uma startup em Joinville, a fintech Asaas recentemente captou o impressionante valor de R$ 820 milhões em uma rodada envolvendo BOND, gestora dos Estados Unidos, e a japonesa Softbank, aproximando a empresa de ser o próximo unicórnio do mundo da tecnologia. 

Além desses casos, podemos lembrar das empresas catarinenses já listadas na bolsa, como Intelbras, Unifique e Neogrid, outras que estão no caminho para abrir capital, como a Senior e a própria Softplan. Há ainda a lista de grandes aquisições, como a da Neoway, comprada pela B3, e da RD Station, pela TOTVS — operações de quase R$ 2 bilhões. Sinais de que o setor de tecnologia não está apenas crescendo, mas também se consolidando no mercado financeiro e criando empresas capazes de gerar valor e competir em cenário global. Esse cenário mostra que não estamos falando de casos isolados de negócios de sucesso, mas sim de um ecossistema colaborativo, inovador e que ajuda a fomentar empresas e empreendedores com ideias criativas e inovadoras. A combinação entre a capacidade de atrair capital, a presença de talentos e o apoio institucional tem sido crucial para que essas empresas prosperem. Santa Catarina se destaca por ter criado um ambiente onde inovação e tecnologia são o motor do crescimento econômico, e esse sucesso tem sido notado por investidores de todo o mundo.

Temos um desafio de seguir valorizando os negócios nascidos no estado e trabalhando em prol da formação de mais profissionais que tenham a oportunidade de crescer nas suas carreiras em empresas daqui, competitivas com o mercado internacional, com a capacidade de impulsionar a economia catarinense e brasileira por meio da criatividade e inovação.

*Presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate)

Diego Ramos, presidente da Acate, conta neste artigo exclusivo como a tecnologia está criando as empresas mais valiosas de Santa Catarina

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