Indústria gaúcha deve reduzir investimentos no ano

A maioria das empresas usará recursos próprios

Aumentos ou melhorias do processo produtivo atual e da capacidade instalada são os dois maiores objetivos dos investimentos previstos para 2024

Para 2024, os investimentos da indústria gaúcha devem recuar ao menor patamar da série histórica, caso se confirmem as perspectivas da Pesquisa de Investimento 2023-2024, realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) com 223 empresas. Somente 61,3% das indústrias gaúchas pretendem investir, 2,8 pontos percentuais mais baixos das que investiram em 2023. “Vale destacar que a pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 11 de dezembro do ano passado, portanto, durante as discussões de aumento da alíquota modal de ICMS de 17% para 19,5% e antes da edição dos decretos que cortam incentivos de ICMS, que ocorreu em 16 de dezembro”, reitera a entidade por meio de nota. Aumentos ou melhorias do processo produtivo atual e da capacidade instalada são os dois maiores objetivos dos investimentos previstos para 2024. A maioria (64,7%) das companhias gaúchas aponta que usará recursos próprios para financiar esses investimentos, que terão como foco principal o mercado interno, alvo exclusivo ou prioritário de 65,6% das empresas. “As expectativas são pouco animadoras entre os empresários gaúchos, com os baixos níveis de confiança e os elevados patamares de incerteza que permanecem no mercado interno”, afirma o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.

Já no ano passado os investimentos do setor voltaram a cair, por conta do cenário econômico incerto, demanda fraca, mundo em desaceleração, juros altos e dificuldade de acesso ao crédito. Segundo o levantamento, apenas 64,1% das indústrias gaúchas investiram em 2023, uma redução de 7,8 pontos percentuais em relação a 2022. O percentual foi o quarto menor da série histórica e o mais baixo dos últimos três anos, bem distante dos níveis do início dos anos 2010, quando começou a série, que chegavam acima de 80%, e acabaram perdidos na grande crise de 2014 a 2016. O resultado de 2023, entretanto, superou em 10,1 pontos percentuais o previsto pelas empresas no início do ano, quando somente 54% afirmaram que pretendiam investir. Ao mesmo tempo, o grau de efetivação dos planos de investimento também foi baixo e caiu em 2023 frente ao ano anterior. Apenas quatro em cada dez empresas (40,2%) que tinham planos de investimentos para 2023 conseguiram realizá-los totalmente como planejado. Esse também foi o quarto menor patamar da série, 8,4 pontos percentuais inferiores a 2022. Ainda, 36,8% das empresas realizaram apenas parcialmente os investimentos previstos no ano passado, 7,5% adiaram para o próximo ano, 10,9% postergaram por tempo indeterminado e 4,6% cancelaram.

A maioria das empresas usará recursos próprios

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