Copom eleva juros básicos para 11,25% ao ano

É a segunda alta consecutiva da Selic

Banco Central voltou a reiterar a necessidade do governo fazer o ajuste fiscal

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (6), por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. A decisão era esperada pelo mercado financeiro. A última alta da Selic ocorreu na reunião passada, em 18 de setembro. “O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed”, destaca o Copom logo no início do texto. O BC reitera que outros bancos centrais permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. “O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, revelam os membros do colegiado.

“Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo. A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, afirma o comunicado. Novamente o ajuste fiscal foi colocado em destaque. “O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária”, reitera o BC.

O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista (entenda aqui alguns dos termos usados pelo Banco Central em seus comunicados sobre as decisões envolvendo a taxa básica de juros). “O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, finaliza o Copom.

É a segunda alta consecutiva da Selic

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