Ágora UNI pretende conectar mercado, governo e academia
Um laboratório de inovação aberta (living lab), em um ambiente de mais de 6,5 mil metros quadrados, para impulsionar projetos de grandes empresas em conjunto com as universidades e seus laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. Em meio a este arranjo inovador, a infraestrutura de um parque tecnológico em expansão, que gera mais de 1,5 mil empregos e uma receita anual estimada em R$ 800 milhões. Este é o projeto do Ágora UNI, que o Ágora Tech Park apresentou na semana passada, em Joinville, a lideranças do ecossistema de inovação. Quarto prédio do parque tecnológico inaugurado em 2019, o Ágora UNI terá investimento de mais de R$ 20 milhões, captados via editais de inovação da Finep e Fapesc, além de recursos da Perville Engenharia.
As obras iniciaram em junho deste ano e a conclusão está prevista para o primeiro semestre de 2024, quando o Ágora Tech Park completa cinco anos de operação. O UNI envolve alianças estratégicas entre grandes empresas (corporates), setor público e universidades. A Udesc será a instituição-âncora do projeto, mas o objetivo é atender todas as Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) e universidades da região. “O objetivo é impulsionar projetos de inovação para elevar a produtividade e competitividade da região norte do estado a partir das demandas do mercado e do potencial de pesquisa das ICTs. O lab será um palco de encontro das universidades com o mercado dentro do ecossistema”, detalhou Emerson Edel, diretor-presidente do Instituto Ágora.
O parque tecnológico já é um celeiro de inovações para o mercado, a partir de interações de empresas (Schulz, Krona, Weg, Tigre, Clamed, BMW e ArcellorMittal, entre outras) ao ecossistema do Ágora, que conta com universidades (campi Joinville da UFSC), entidades (Acate, Fiesc, Sebrae) e laboratórios de pesquisa e desenvolvimento. “O UNI foi concebido para ser uma referência no ecossistema em relação aos gaps de mercado das grandes empresas e como elas podem contar com as universidades para cocriarem projetos de inovação aberta. Estamos desenvolvendo uma série de iniciativas que vão guiar essa jornada, antes mesmo do prédio estar inaugurado, e que envolve capacitação e desenvolvimento de professores, além do engajamento de corporates e da comunidade de inovação”, ressaltou Edel.
Uma das primeiras entregas à comunidade de inovação será o Ágora.Connect, que busca “dar um match” entre programas corporativos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e pesquisadores da academia. “Em geral, os setores de P&D das empresas atuam sem conexão direta com pesquisadores e instituições educacionais. Implementar uma tecnologia é um processo de alto risco. Encontrar os parceiros ideais é essencial para diminuir tempo e custos”, comentou o diretor executivo do Ágora, Ricardo Fantinelli. O evento teve a participação de autoridades e lideranças como Marcelo Camargo, superintendente da área de pesquisa e desenvolvimento tecnológico da Finep. Ele apresentou durante o encontro um panorama da evolução dos parques tecnológicos no país e no mundo – e avaliou que, em Joinville, a conexão entre a inovação, as universidades e o mercado, é muito promissora.
“O passo à frente dos parques é tornarem-se centros de tecnologia estratégica: tem que ter especificidade, podem ter uma atuação transversal mas é fundamental ter seu core business de inovação bem definido”, resumiu. A proposta do Connect é fornecer uma jornada de inovação envolvendo ambos os lados, envolvendo capacitação e oportunidades de match, com metodologia própria e em um ambiente propício para desenvolvimento de novos negócios. “É possível criar alianças estratégicas entre mercado, governo e academia em um sistema dinâmico que impulsione projetos de inovação e aumente a competitividade da economia da região. Queremos substituir a visão de concorrência por colaboração, em um ambiente de confiança e conexão”, concluiu o diretor.
Ágora UNI pretende conectar mercado, governo e academia